Às 9h46 (horário de Brasília) da manhã do dia 11 de setembro de 2001, um avião da American Airlines atingiu em cheio a torre norte do World Trade Center, em Nova York, e chocou o mundo.
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Pouco mais de 15 minutos depois, às 10h03, outra aeronave, agora da United Airlines, atinge a torre sul a uma velocidade estimada de 900 km/h. A cena foi transmitida para ao vivo para todo o mundo, enquanto as pessoas ainda estavam perplexas com o primeiro impacto.
Enquanto isso, do outro lado do globo, 16 equipes se preparavam para entrar em campo pela principal competição de clubes do mundo: a Champions League.
Naquele 11 de setembro de 2001, a Champions chegada à sua rodada de abertura da fase de grupos, com os primeiros jogos marcados, justamente, para o dia de um dos ataques terroristas mais conhecidos da história da humanidade.
Enquanto o mundo inteiro parou horrorizado para assistir àquelas cenas, o futebol, porém, continuou.
Mesmo com a sensação de medo e incerteza que pairava no ar após o ocorrido, que vitimou cerca de 3 mil pessoas, as equipes entraram em campo – com direito a gol brasileiro.
Mas por que a UEFA permitiu que a bola rolasse naquele 11 de setembro?
Por que a Champions League não parou nos ataque de 11 de setembro?
Quando o segundo avião atingiu uma das torres do World Trade Center, na ilha de Manhattan, em Nova York, restavam poucas horas para a bola rolar na primeira rodada da Liga dos Campeões.
Naquele dia, metade das equipes que disputavam a competição teriam que entrar em campo, com oito jogos previstos para iniciar por volta das 15h45 (de Brasília). Ou seja: cinco horas após o atentado.
O contexto era de medo em todo o mundo. Era a primeira vez que um ataque terrorista fora transmitido ao vivo para todo o planeta.
Pelo globo, os países tentavam adotar medidas de segurança, mas sem saber muito bem como lidar com a tragédia, até então, inédita.
Aeroportos e pontos turísticos fechados, esquemas de evacuação em edifícios e espaço aéreo atento e amedrontado. Este era o cenário do planeta.
A Uefa precisava agir, e passou a entrar em contato com as federações dos países que sediariam os jogos da primeira rodada para arrumar uma solução.
O órgão, porém, se omitiu em arrumar uma solução para o impasse e decidiu deixar a responsabilidade com os países e os clubes.
A partir daquele momento, a decisão de adiar os jogos dependeria do sistema de segurança e autorização de cada país que receberia um jogo.
Entre debates e acordos, ficou definido que os jogos aconteceriam, com cada país apresentando seus argumentos para a realização da partida. No fim, a bola rolou por volta das 20h45, horário da Europa Central.
Jogos da Champions em 11 de setembro de 2001
- Roma 1 x 2 Real Madrid – Estádio Olímpico, Roma, Itália;
- Dynamo Kiev 2 x 2 Borussia Dortmund – Estádio Olímpico, Kiev, Ucrânia;
- Galatasaray 1 x 0 Lazio – Estádio Ali Sami Yen, Istambul, Turquia;
- Liverpool 1 x 1 Boavista – Anfield, Liverpool, Inglaterra;
- Lokomotiv Moscow 1 x 1 Anderlecht – Lokomotiv Stadium, Moscou, Rússia;
- Mallorca 1 x 0 Arsenal – Iberostar Estádio, Palma, Espanha;
- Nantes 4 x 1 PSV – Estádio La Beaujoire, Nantes, França;
- Schalke 04 0 x 2 Panathinaikos – Veltins-Arena, Gelsenkirchen, Alemanha.
Na Itália, por exemplo, onde o Real Madrid de Roberto Carlos, Figo, Raul e Zidane, enfrentaria a Roma de Cafú, Emerson, Zago, Marcos Assunção e Aldair, a decisão de manter o jogo se baseou na expectativa do torcedor em rever o time italiano de volta à Champions depois de 18 anos.
As autoridades italianas, então, ficaram receosas de acidentes em caso de evacuação dos arredores do Estádio Olímpico, que mesmo horas antes do jogo, já recebia uma enorme quantidade de empolgados por ver o seu time na competição.
Teve até gol de brasileiro
E já que teve jogo, teve também bola na rede. Nos oito duelos daquela tarde/noite assombrosa, 15 brasileiros estiveram em campo.
A Roma era a equipe que mais tinha jogador canarinho em seu elenco, com seis, seguido do Boavista, de Portugal, que tinha um a menos.
O Borussia Dortmund, da Alemanha, também era uma equipe com um bom número de brasileiros no elenco. Ao todo, os alemães tinham quatro a disposição, mas só três estavam aptos para o jogo.
Um deles, inclusive, o atacante Amoroso, ex-São Paulo, Corinthians e Grêmio, foi quem marcou o gol de empate que evitou a derrota da equipe, já no segundo tempo.
O outro gol brasileiro da rodada saiu dos pés de Elpídio Silva, atacante paraibano que defendia o Boavista.
Elpídio abriu o placar em Anfield logo aos 3 minutos do primeiro tempo, surpreendendo o Liverpool. O Boavista, porém, não conseguiu segurar o resultado e logo cedeu o empate.