Atlético toma atitude para coibir cambistas na Arena MRV; veja detalhes
Depois de uma semana com muitas polêmicas sobre ingressos, o Atlético-MG anunciou uma novidade na entrada dos seus torcedores na Arena MRV. O estádio exigirá reconhecimento facial a partir da próxima semana para coibir a ação de cambistas.
A biometria facial será obrigatória na compra de ingressos a partir do próximo sábado (26), quando o Atlético recebe o Internacional. O teste acontecerá no setor Brahma Norte. O plano é implementar o sistema em todo o estádio.
O cadastramento estará disponível a partir da quarta-feira (23), no site da venda de ingressos. Quem comprar as entradas para o jogo será obrigado a seguir os passos para realizar o reconhecimento facial. A medida é válida para todos, incluindo crianças.
Um ingresso só poderá ser atribuído a um CPF, consequentemente a apenas uma biometria. Os sócios seguirão podendo comprar adicionais, mas com a necessidade de indicar o CPF que vai utilizar esse ingresso. Essa outra pessoa também tem a obrigação do cadastro facial, caso contrário, a transação nem será permitida.
O reconhecimento facial será obrigatório, segundo a Lei Geral do Esporte, a partir da metade de 2025, em todos os estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas. No Brasil, vários já adotam esse esquema, como Maracanã, Nilton Santos, Allianz Parque, Arena da Baixada, entre outros.
Na Arena MRV, profissionais que trabalham durante as partidas, incluindo a imprensa, já acessam as dependências por meio dessa tecnologia.
‘GaloID’
O reconhecimento facial é mais um passo do Atlético dentro do que o clube de “GaloID”, basicamente uma identidade digital do atleticano, que irá reunir todo o ecossistema do clube em um só lugar. Ou seja, o sócio, a venda de ingressos, questões da Arena MRV, Loja do Galo e SuperApp, tudo na mesma plataforma.
O clube quer evitar que o torcedor precise fazer o mesmo login várias vezes ao utilizar os benefícios.
Atlético x cambistas
A biometria facial é crucial na luta contra o cambismo por coibir que uma pessoa compre cinco ingresso, por exemplo, e revenda como quiser.
Nesta semana, o Atlético foi muito criticado durante e após as vendas para a semifinal da Libertadores contra o River Plate. As redes sociais foram inundadas com relatos de pessoas vendendo ingressos antes mesmo da abertura no site oficial.
Alguns se revoltaram por não conseguir ingressos, já outros denunciaram a venda pelo triplo do valor (ou mais) nas redes sociais.
Ou o Galo faz alguma coisa ou a Massa continuará sendo extorquida
Já devia suspender contas (sócios, conselheiros etc) qu trocam de senha no superapp ou compram ingressos em CPFs diferentes a cada rodada
Pra 2025 é implementar o rec. facial obrigatório e ingresso intransferível pic.twitter.com/b6jFkb6gPH
— Galosofia (@Galosofia_) October 14, 2024
Debate é, também, sobre regalias
Ingressos são um assunto recorrente na torcida do Atlético. Reclamações, que já se acumulavam ao longo dos anos, aumentaram na Arena MRV, que tem uma capacidade menor do que o Mineirão.
Muitas questões estão em pauta na Arena MRV. Por exemplo, cerca de 10 mil ingressos já estão garantidos por quem tem cadeira cativa e camarote no estádio. Considerando a capacidade total de 44 mil, sobram apenas 34 mil entradas.
Contra o River, por exemplo, serão quatro mil argentinos na Arena MRV. O número cai para 30 mil. Além disso, algumas categorias podem comprar ingresso antes dos sócios. O jornalista Guilherme Frossard revelou que cada um dos mais de 530 conselheiros tem direito a comprar cinco ingressos antes da venda abrir — lá se vão mais de 2.600 entradas.
Outras categorias também podem comprar antecipado, além de que uma parte da carga é reservada as torcidas organizadas. Eles ainda precisam comprar, mas, acessando pelo sócio da torcida, que uma carga própria que o sócio comum não tem acesso.
No fim das contas, pouco mais de 20 mil ingressos costumam estar disponíveis para a venda geral aos torcedores, especialmente nas partidas de mais apelo. Por isso, alguns setores já iniciam suas vendas praticamente esgotados.
