ECONOMIA

99Food promete R$ 250 por dia e pressiona iFood

Divulgação/99food

O pacote faz parte de um investimento de R$ 1 bilhão previsto para 2025

A 99Food anunciou nesta semana a retomada de suas operações no Brasil com um plano que inclui garantia de rendimento mínimo para entregadores e isenção de taxas para restaurantes parceiros.  A estratégia amplia a concorrência no setor e pressiona o iFood, líder do mercado.

Segundo a empresa, motociclistas cadastrados que realizarem 15 viagens com passageiros e entregas, além de 5 entregas de comida por dia, receberão R$ 250 diários.

A proposta, afirma a 99 em nota enviada ao Portal iG, representa um acréscimo de cerca de 50% em relação à média de remuneração atual dos entregadores. O pagamento será feito no mesmo dia, por meio da 99Pay.

O pacote faz parte de um investimento de R$ 1 bilhão previsto para 2025, que inclui o desenvolvimento de um aplicativo integrado com serviços de transporte, entregas e finanças.

A 99Food também promete aplicar R$ 50 milhões, nos próximos cinco anos, na criação de pontos de apoio físicos aos motociclistas nas principais cidades do país. Esses locais terão banheiros, áreas de descanso e acesso à água.

A empresa afirma que os motociclistas não serão vistos como intermediários, mas como “parceiros”, e diz estar em diálogo com o governo para garantir acesso à previdência social e estabelecer uma base mínima de remuneração.

A 99Food pretende iniciar as operações até o fim do primeiro semestre de 2025.

Crise entre Fhoresp e iFood

O relançamento da 99Food ocorre em meio a um movimento do setor de alimentação contra o iFood.

A Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo), que representa cerca de 500 mil estabelecimentos, tem incentivado a migração para plataformas concorrentes.

A entidade critica o que chama de “taxas excessivas” praticadas pelo iFood, que variam entre 18% e 32% por pedido, e aponta falhas no processo de credenciamento de restaurantes.

De acordo com o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, o iFood não exige documentação como alvará de funcionamento ou autorização da Vigilância Sanitária para novos parceiros.

“A ausência dessa exigência representa um risco à saúde pública”, disse.

Ele também afirmou que “o monopólio não fez bem ao iFood, que estabeleceu uma relação predatória com os parceiros”.

Além da 99Food, a Rappi também anunciou isenção total de tarifas para restaurantes pelos próximos três anos. A 99 oferece o mesmo benefício por dois anos.

Para a Fhoresp, a entrada das concorrentes pode equilibrar as relações entre plataformas e restaurantes.

A federação apoiou a paralisação nacional dos entregadores realizada em 31 de março, que reivindicava reajuste na remuneração das entregas e melhores condições de trabalho.

“Sem quem faz e sem quem entrega a comida, não tem delivery” , afirmou Pinto.

Posição de iFood

Aplicativo de entregas iFood
Divulgação/iFood

Aplicativo de entregas iFood

Em resposta, o iFood declarou que “defende o livre mercado” e contesta que detenha mais de 90% do setor. A empresa afirma que 65% dos pedidos de delivery no Brasil ainda ocorrem fora de aplicativos, por canais diretos dos restaurantes.

O iFood diz atender 400 mil estabelecimentos e gerar cerca de 900 mil empregos diretos e indiretos. Também afirma oferecer ferramentas de pagamento, segurança contra fraudes, dados de consumo e ações de marketing.

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