Fogo amigo? Renato Paiva justifica gesto obsceno após gol do Botafogo

Uma cena um tanto quanto inusitada chamou a atenção no fim da vitória do Botafogo por 3 a 2 sobre o Estudiantes, nesta quarta-feira (14), pela Copa Libertadores. A explicação deste episódio é ainda mais curiosa e ajuda a explicar como o Glorioso conseguiu sair vitorioso no Nilton Santos.
Após o terceiro gol do Botafogo, marcado por Artur, aos 40′ do segundo tempo, o técnico Renato Paiva se virou para trás e mostrou o famoso dedo do meio em meio a sua comemoração.
O gesto logo passou a circular nas redes sociais e muitas pessoas especularam que a ofensa seria direcionada para a própria torcida do Botafogo ou até para a comissão técnica do Estudiantes.
Mas, antes mesmo de responder a primeira pergunta na sua coletiva de imprensa, o técnico Renato Paiva fez questão de explicar para quem o gesto foi direcionado. O treinador afirmou que o dedo do meio era para um dos membros da sua comissão técnica, que estava indicando que ele deveria tirar Artur de campo.
— A história é a seguinte: houve uma discussão entre a minha equipe técnica de tirar o Artur. Eu disse que não tiraria o Artur. “Ah, mas ele está em risco e desgastado”. Não vou tirar. O Artur faz o gol e eu fiz aquilo à boa maneira portuguesa para o meu colega de comissão. Que fique claro — afirmou Renato Paiva.
— Não queria fazer isso para a minha torcida ou qualquer outra. Não há um gesto de desrespeito na minha carreira para qualquer elemento do jogo. Nenhum. Não há nenhum momento registrado da minha parte de desrespeito para elementos do jogo, apenas uma expulsão em 23 anos. No sub-17 do Benfica. Quem me conhece, sabe — completou o treinador português.
Desabafo de Paiva ajuda explicar vitória do Botafogo
A vitória do Botafogo sobre o Estudiantes passou justamento por essa convicção de Renato Paiva em seus jogadores e no seu estilo de jogo. O gol de Artur pode ter sido o momento mais claro disso, mas não foi o único.
— Isso foi uma brincadeira porque era constantemente um pedido de tirar o Artur pela parte física, GPS. E eu tinha o ‘feeling’ que não tinha de tirar porque era um dos melhores em campo. A defesa do Estudiantes estava completamente bagunçada. Quando sai o gol eu inclusive estou rindo — reforçou Renato Paiva sobre o gesto para um membro da sua comissão técnica.
Antes do gol de Artur, a convicção de Paiva já havia sido importante para o Botafogo construir o 2 a 0 no placar, com Rwan Cruz e Igor Jesus. O técnico explicou que optou por entrar com dois centroavantes, sendo um deles o criticado Rwan Cruz, para tentar furar o fechado sistema defensivo do Estudiantes. No último domingo, o Glorioso goleou o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro, com o apenas um “9” em campo.
— Quando jogamos contra Internacional só com um nove, porque tivemos o Mastriani lesionado, e porque eu já sabia que o Estudiantes viria com uma linha de cinco (na defesa) e eu iria precisar de dois noves, então muda aí um bocadinho contra o Internacional para ter um Rwan fresco. Porque o Igor tem se desgastado muito — explicou Renato Paiva.
— Esse dois noves, para além de muita coisa, liberam o Artur e deixam ele desbloquear o jogo como nós queríamos — completou o técnico do Botafogo.