A estratégia por trás do discurso de Abel no Palmeiras já está bem clara

As entrevistas coletivas de Abel Ferreira após os jogos do Palmeiras tem um claro e visível padrão. Se o time porventura perde ou empata jogando mal, ele normalmente chega para falar calmo, resignado e solícito para explicar os erros. Em algumas raras vezes, até endossa vaias e reclamações da torcida.
Mas, se o Palmeiras vence, o treinador chega armado e não demora para relembrar as críticas feitas a ele e ao seu time no começo da temporada. Críticas que eram justas, diga-se, ainda que o time estivesse se construindo.
— Parece que o Palmeiras faz é fácil, mas não esqueço das críticas que me fizeram, o que disseram depois do jogo contra o Corinthians (no Paulista). (…) Numa semana chamam de burro na outra, é o melhor. Chamam os jogadores de “bagre”, e depois pedem na seleção — disse, em clara crítica à imprensa.
Abel lê tudo, mas pede para não fazer
Em outras oportunidades, o técnico disse que recomenda aos jogadores que não leiam ou escutem nada que disserem sobre o time.
— Não somos nem tão bons quanto dizem agora, nem tão ruins quanto diziam antes — repete com frequência, enfatizando que ele próprio se abstém da leitura.
Mas dois pontos estão claros, diante do discurso do técnico. E foram checados pela Trivela com pessoas próximas a Abel.
1. Ele lê sim tudo que é dito sobre ele e o time
2. O discurso está sendo usado por ele para colocar os pés dos jogadores no chão
Na entrevista, o treinador citou, por exemplo, termos que só conhece quem frequenta redes sociais. Como “Pardal”, que é como seus detratores se referem a ele no X, por exemplo, em referência ao Professor Pardal. Assim como bagre
Também cita críticas feitas pela imprensa, como as que apontaram que seu ciclo estaria terminado no clube.
Palmeiras ‘irrita’ por regularidade em esquema impossível de se ler https://t.co/4TvyzcXPAw via @trivela
— Diego Iwata Lima (@DiegoMarada) May 16, 2025
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Não deixar o Palmeiras se empolgar
Com os jogadores, a ideia de reiterar as críticas tem como objetivo impedir que eles se empolguem demais com o bom rendimento.
Segundo a Trivela ouviu de fontes do clube, existe o entendimento de que regular o termostato de euforia do grupo é necessário nesse momento.
Até faz sentido. E Abel não vai nunca deixar de fazer se o resultado for o time seguir equilibrado. Mesmo que a relação com a imprensa se deteriore. Ainda que as coletivas se tornam desinteressantes para quem apenas as assiste.