Antecipação ou empréstimo? Como o Corinthians conseguiu quitar os salários de maio

Para arcar com a folha de pagamento de maio, o que precisa ser feito até sexta-feira (6), o Corinthians contraiu um empréstimo bancário onde se valeu de recebíveis junto à Federação Paulista como garantia.
A Trivela apurou que o valor adquirido não corresponde à integralidade dos salários a serem pagos, mas a quantia que faltava em caixa para cumprir com a obrigação.
Antes de efetuar a operação, a diretoria juntou os recursos que tinha à disposição a fim de minimizar o valor a ser solicitado.
Atualmente, a folha salarial do Timão é próxima a R$ 22,5 milhões, considerando somente o futebol.
Empréstimo não corresponde à antecipação de cotas
A diretoria corintiana fez alguns movimentos no mercado antes de efetuar o empréstimo para honrar os vencimentos de maio. Um deles foi consultar a antecipação de receitas referentes ao Campeonato Paulista de 2026.
Segundo soube a reportagem, essa possibilidade não foi considerada boa ao clube, pois a taxa de juros girava em torno dos 4% em relação ao valor antecipado.
O que coube ao Timão fazer foi utilizar parte dos valores a serem recebidos pela instituição na próxima temporada como garantia de crédito bancário. Assim, foi possível minimizar o percentual de juros da operação bancária.
A Trivela apurou que as taxas referentes ao empréstimo contraído nos últimos dias giram em torno de 1,5 e 1,75% ao mês, o que é basicamente metade da porcentagem original que é de aproximadamente 3%.
Essa redução foi possível justamente pela apresentação da “carta de crédito” da Federação Paulista de Futebol (FPF) sobre os recebíveis da próxima edição do Paulistão.
Fontes ouvidas pela reportagem assemelharam a movimentação financeira como a apresentação de um imóvel ou automóvel como garantia durante a contração de um empréstimo pessoal.
Segundo a apuração da Trivela, a garantia de crédito também não representa o valor total a ser recebido pelo Corinthians junto à FPF, mas de algo em torno de um quarto da quantia em questão.
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Corinthians tem outros problemas financeiros para resolver
O empréstimo para o pagamento da folha salarial foi o primeiro movimento da diretoria interina do Corinthians em busca de recursos externos para estancar a sangria.
Nos próximos dias, porém, a instituição tem outros problemas para resolver.
O mais novo é referente a um possível transfer ban caso o clube não pague 1 milhão de euros (R$ 6,5 milhões) ao Shakhtar Donetsk (UCR) a respeito de taxas de renovações de empréstimo do volante Maycon, que está cedido pelo clube ucraniano até o fim da temporada.