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As últimas entrevistas de Renato provam que o trabalho no Grêmio está esgotado

O trabalho de Renato Portaluppi no Grêmio em 2024 é muito contestado. Para boa parte dos gremistas, o maior ídolo da história do clube não deve ter o contrato renovado para a próxima temporada.

Nas últimas semanas, em partidas nas quais o treinador não pôde estar presente por cumprir suspensão, ficou evidenciado o quanto o trabalho de Renato está esgotado. E não apenas pelos resultados dentro de campo, em que o Tricolor Gaúcho conseguiu pontos importantes sob o comando do auxiliar técnico Marcelo Salles.

Após os jogos recentes, chamou atenção a diferença de nível das entrevistas coletivas do interino em comparação com as do treinador do Grêmio.

Ataques à imprensa viraram rotina nas entrevistas de Renato

Renato, que habitualmente fala pouco de futebol e tática em suas manifestações, demonstra irritação, e tem se limitado cada vez mais a respostas rasas e repetitivas.

— Quando os resultados não aparecem, ninguém é bom. Vocês são experts nisso. Ninguém lembra que o Grêmio ficou 40 dias dentro de um hotel, que o Grêmio está em uma situação dessa no Campeonato Brasileiro sem jogar dentro de casa. Mas isso vocês esquecem, ou fazem de conta que esquecem — disparou o treinador após a derrota por 2 a 1 para o Criciúma.

Na ocasião, a única justificativa dada por Renato para as dificuldades do Grêmio dentro das quatro linhas foi a utilização de Monsalve e Cristaldo juntos, que era muito pedida pela opinião pública. Nos jogos seguintes, o treinador abriu mão dessa formação.

No mais, praticamente apenas ataques à imprensa. Recentemente, até Roger Machado, treinador do maior rival do Grêmio, foi citado por Renato para justificar sua visão.

— Eu nunca vou baixar a cabeça para vocês. Eu vou sempre respeitar, mas o que vocês falam de besteira no dia a dia é uma coisa absurda. Vocês sempre acham que quando ganha o cara é bom. A maior prova é o próprio Roger, que vocês queriam enterrar até um mês atrás. Hoje ele é bom para caramba. Eu sempre achei ele bom, trabalhei com ele. É só perder que ninguém presta — resmungou.

Quando tem alguma decisão contestada, Renato se defende argumentando que os jornalistas não possuem as informações do dia a dia do Grêmio. O que só acontece porque o próprio treinador, no início deste ano, proibiu os repórteres de acompanharem os treinamentos.

Arbitragem também é alvo de Renato

Além da imprensa, a arbitragem também é alvo frequente de Renato. O que, em alguns casos, é justificável, mas em outros pode ser visto como mais uma ‘cortina de fumaça’.

— Qual a regra do futebol brasileiro? É a bagunça. Não vejo os árbitros de vídeo fazerem curso. O curso está na cabeça de cada um. Esse gol anulado aqui mostra o quanto o futebol brasileiro é bagunçado — afirmou sobre o toque de braço de Braithwaite na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG.

Marcelo Salles explica detalhadamente estratégias do Grêmio

Por outro lado, Marcelo Salles, nas poucas oportunidades em que foi aos microfones, se destacou pela profundidade, sem perder a clareza, de suas respostas, voltadas especialmente à parte tática. O auxiliar foi didático, por exemplo, ao explicar a estratégia na vitória por 3 a 1 sobre o Fortaleza.

— A gente entendia que o lado oposto do Fortaleza era um lado para ser atacado. Então a gente trabalhou de um lado, e tinha que trabalhar rápido essa bola para chegar no lado oposto. Todas as vezes que fizemos esse balanço conseguimos entrar na defesa dele, algumas com gol, algumas com perigo de gol — detalhou.

Marcelo Salles comandou o Grêmio interinamente em três partidas do Campeonato Brasileiro. Foto: Maxi Franzoi/IconSport

As entrevistas coletivas de Marcelo Salles foram elogiadas não somente pela imprensa, mas também pela torcida do Grêmio. A ‘fadiga dos metais’ parece, definitivamente, ter chegado para o ‘modelo Renato’.

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