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CCJ do Senado se prepara para votar PEC que autoriza venda de terrenos em praias

CCJ do Senado se prepara para votar PEC que autoriza venda de terrenos em praias

Divulgação/ Ronald Kraag

Embora a proposta não privatize as praias, há preocupações de que possa restringir o acesso ao litoral

A PEC ( Proposta de Emenda Constitucional ) das Praias será analisada pela CCJ ( Comissão de Constituição e Justiça ) do Senado na próxima quarta-feira (4). O texto propõe um mecanismo que permite a venda de áreas à beira-mar, atualmente sob propriedade da União, para pessoas e empresas ocupantes dessas regiões.

A PEC 3/2022 modifica a Constituição e autoriza a transferência de propriedade exclusiva dos chamados terrenos de marinha.

Essas áreas correspondem à faixa de terra de 33 metros após o ponto mais alto da maré e não incluem as praias e o mar utilizados por banhistas. A delimitação foi estabelecida em 1831, ainda durante o período do Brasil Colônia.

Embora a proposta não privatize as praias, há preocupações de que possa restringir o acesso ao litoral ao permitir a construção de empreendimentos particulares.

Especialistas alertam que a medida também pode trazer impactos à soberania nacional. O relator, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), incluiu um artigo no texto que garante o livre acesso às praias.

Segundo Otto Alencar, líder do governo no Senado, há oposição à proposta. “Vou conversar com ele [Alcolumbre]. A princípio, não tem acordo. A posição do governo é contra a aprovação”, declarou.

Se aprovada, a PEC permitirá que ocupantes adquiram a propriedade exclusiva dos terrenos, atualmente compartilhados com o governo, mediante pagamento.

Locais não ocupados e áreas de serviços públicos, como portos e aeroportos, permanecerão sob controle da União.

Hoje, esses terrenos estão registrados em nome do governo federal, com uso permitido a pessoas e empresas mediante pagamento de impostos específicos.

Próximos passos

Após a votação na CCJ, a matéria precisará ser submetida a dois turnos de votação no plenário do Senado para ser aprovada.

A PEC já foi tema de debates anteriores na comissão e divide opiniões entre senadores e representantes da sociedade civil.

A proposta abrange uma linha reta de 48 mil km de terrenos litorâneos, dos quais cerca de 70% estão em nome do governo federal. Além de regiões costeiras, inclui áreas próximas a rios e lagos influenciados pelas marés.

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