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Como expulsão de Alisson matou boa ideia de Zubeldía no meio-campo do São Paulo

Com emoção até o fim, o São Paulo confirmou a vaga nas oitavas de final da Libertadores na noite desta quarta-feira (14). O 1 a 1 só veio aos 45 minutos do segundo tempo, quando a joia Lucca, de 17 anos, decidiu para o time de Luis Zubeldía. O resultado aconteceu superando uma gigante adversidade: a expulsão de Alisson com apenas 15 da etapa inicial.

O cartão vermelho para o pilar da equipe não os complicou apenas por jogar muito tempo com um a menos, mas também por quebrar uma movimentação interessante no meio-campo são-paulino.

Apenas pela segunda vez na temporada, o treinador colocou como titulares juntos Alisson, Marcos Antônio e Oscar. O trio, extremamente técnico e ótimo com a bola, se destacou pela troca de posição incessante, mesmo em apenas 15 minutos juntos.

Alisson deixa o campo do Morumbi após expulsão em jogo do São Paulo (Foto: Imago)

Quando Oscar baixava para ser um “segundo volante”, função que já exerceu neste retorno ao clube que o formou, um dos outros meias saltava uma linha e se colocava próximo do atacante. Essa função em especial é muito bem exercida pelo jogador emprestado pela Lazio, que apoiava o ponta do lado que flutuasse para dar apoio.

Assim fez na primeira grande chance do São Paulo no jogo: aos 11 minutos, Marcos apoiou Ferreirinha na esquerda e o atacante, após tabelar, mandou uma bomba para defesa de Morínigo. Ainda antes da expulsão de Alisson, o camisa 25 apareceu também no corredor canhoto para fazer uma ultrapassagem e cruzar com perigo.

A adição de Oscar nesse meio ainda traz um fator mais especial na criação, diferente de Matheus Alves, o titular anterior que se colocava mais próximo do centroavante. Mesmo com os outros dois colegas armadores tenham ótima qualidade no passe, o jogador de 33 anos é o melhor em lançamentos longos e quando tem o campo aberto pode ser uma arma importante para um trio de ataque tão rápido com os dois Ferreiras e André Silva.

Após o vermelho do colega, o camisa 8 passou a ser volante ao lado de Marcos Antônio e o time perdeu a movimentação que tinha antes, obrigado a atuar em 4-4-1.

— Não atrapalhou meu futebol [jogar de volante]. Acho que são coisas que acontecem no futebol. Eu sei jogar um pouquinho mais para trás, pude ajudar o time principalmente a ficar um pouquinho mais com a bola. Com um jogador a menos, você ficar mais com a bola do que o outro time é bem difícil. A gente conseguiu fazer isso. Infelizmente não saímos na frente, mas conseguimos buscar no final — disse Oscar, na zona mista após a partida.

Trio Alisson, Oscar e Marcos Antônio pode ser o titular no São Paulo?

A troca de um desses três atletas por Pablo Maia e Luiz Gustavo, dois outros volantes do elenco, tornam a movimentação citada improvável pela característica dos dois. A dupla é mais conhecida pela imposição física e pelos aspectos defensivos, não o jogo com os pés como o trio que jogou ontem.

Isso torna, então, o meio-campo que atuou no empate com o Libertad uma opção para Zubeldía quando enfrentar defesas muito fechadas em casa, um cenário que o São Paulo costuma ter problemas para criar e encontrar espaços.

A outra vez que Oscar, Alisson e Marcos Antônio iniciaram juntos um jogo foi em 3 de março, nas quartas de final do Campeonato Paulista contra o Novorizontino, quando o técnico anida estava consolidando a formação que fez o time voltar aos trilhos após um longo período instável, dobrando a lateral direita com Ferraresi e Cédric Soares.

O mapa de calor de Oscar, Marcos Antônio e Alisson no jogo contra o Novorizontino, pelo Paulistão, quando atuaram 80 minutos juntos
O mapa de calor de Oscar, Marcos Antônio e Alisson no jogo contra o Novorizontino, pelo Paulistão, quando atuaram 80 minutos juntos (Foto: SofaScore)

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Alisson está na maior sequência pelo São Paulo

Ao entrar em campo ontem, Alisson, pilar são-paulino há mais de dois anos, chegou ao 16º jogo seguido pelo clube como titular, de longe a maior sequência desde que veste a camisa tricolor, a partir de 2022. Apesar dos pedidos para que o jogador fosse poupado, Zubeldía o escalou novamente e, pelo menos na última rodada da Libertadores, contra Talleres, não poderá escalar o jogador — caso entenda como agressão, a suspensão dele pode saltar para três partidas.

A ver se também o meia será poupado no próximo final de semana, em rodada do Brasileirão contra o Grêmio, ou na semana que vem, quando o São Paulo visita o Náutico pela volta da terceira fase da Copa do Brasil com a vantagem de um gol.

O time de Zubeldía agora só depende de si para ser o primeiro colocado do grupo. Pode até perder para o Talleres desde que o Libertad não tire a vantagem de quatro gols no saldo.



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