Como Fernando Diniz mudou e planeja a recuperação do Vasco em 2025

Apesar de já ter estreado pelo Vasco, o técnico Fernando Diniz só foi apresentado pelo clube na tarde desta quinta-feira (15). E o treinador, é claro, falou sobre os recentes trabalhos no Cruzeiro e no Fluminense.
Como já é de praxe nas suas entrevistas, Diniz minimizou a questão dos resultados e valorizou o “lado humano” para falar sobre como pretende trabalhar com o elenco do Vasco e até mesmo para falar do seu próprio momento de carreira.
Para Diniz, as últimas experiências foram importantes para ele chegar “melhor preparado” do que estava, como ele próprio citou, quando chegou ao Fluminense, onde foi campeão da Copa Libertadores e da Recopa Sul-Americana.
— Diferente da maioria das pessoas, eu não foco só no resultado. Não é a única coisa importante. Nesses momentos, quando o resultado não aparece, eu só faço uma coisa, que é melhorar. Pode perder o jogo, campeonato, mas não pode perder as coisas essenciais da vida: capacidade de melhorar, ficar mais forte. Eu sou seguramente melhor agora do que antes — afirmou Fernando Diniz.
— Futebol é muito mais do que conquista do título, é muito maior. Para mim, ser campeão de verdade é todo dia. Para gente ser exemplo de gente assim, não precisa necessariamente ganhar taça. Vai ser efeito, não a causa. Temos controle sobre a causa. Quando os problemas aparecem, temos a tendência de empurrar o problema, mas ninguém pega para resolver. Precisamos de muito trabalho, de muita gente. Estou muito feliz de vir para cá, estou mais preparado do que quando assumi o Fluminense. Espero que eu consiga ajudar — completou o novo técnico do Vasco.
Diniz fala em recuperar jogadores do Vasco
Da mesma forma em que falou que segue evoluindo como treinador, Diniz também indicou como pretende “recuperar” o Vasco, que está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e em situação delicada na Copa Sul-Americana. Segundo o técnico, antes de pensar em reforços, ele deve fazer o atual elenco render mais. E, inclusive, citou que alguns jogadores estão abaixo do esperado.
— Não indiquei absolutamente ninguém, zero. Vamos começar a conversa de maneira mais específica a partir de hoje. Não adianta falar que vamos contratar um monte de jogador, seria incoerente quando eu digo que tem um bom elenco. Tem um bom elenco. Tem jogador aqui que pode render mais. Pontualmente, temos que acertar nas contratações. Não gosto de contratar muita gente. A chance de acertar em contratação não é fácil, ainda mais com o orçamento que o Vasco tem. Tem que ter bastante cuidado, ser muito criterioso para aumentar as nossas chances de acertar na hora de contratar — avaliou Fernando Diniz.
Para recuperar estes jogadores, que não foram nominalmente citados por Diniz, o técnico mais uma vez aposta no lado humano. E, principalmente, na conversa.
— Vou trabalhar trabalhando (risos). É difícil responder. Estou trabalhando no meu limite máximo, conversar com os jogadores, mostrar vídeo. Um momento difícil pode te colocar para baixo ou pode ser um grande trampolim. Temos que nos fortalecer, acho que os jogadores estão entendendo — disse Diniz.
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Diniz fala sobre reencontro com Tchê Tchê
Apesar de sempre reforçar a importância da boa relação com os jogadores, Diniz teve um momento da sua carreira marcado por uma polêmica com Tchê Tchê, quando ambos trabalhavam no São Paulo. Na ocasião, em partida contra o Red Bull Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, o técnico chamou o volante de “perninha” e “mascaradinho”. As ofensas foram captadas pelos microfones da transmissão da partida.
Cinco anos depois, Diniz vê o assunto como superado. Tchê Tchê, inclusive, foi titular na estreia de Diniz, contra o Lanús, na última terça-feira, pela Copa Sul-Americana.
— Ele que se colocou como titular, inclusive pela história que tem comigo. É um dos jogadores que mais atuou comigo na carreira. De alguns momentos, eu tenho uma iluminação de que faço as coisas de coração. O que eu faço com os jogadores é o que eu faço com os meus filhos. Se errar, tenho que pedir desculpa e seguir minha vida. Eu sou rigoroso e consigo ajudar. Todos eles tiveram um momento como do Tchê Tchê. Faz parte do processo, não é um processo linear. Foi uma coisa que aconteceu que está totalmente superada, ele conseguiu jogar muito bem, acho que foi uma das melhores partidas dele aqui. E espero que ele seja muito feliz no Vasco — comentou o técnico do Vasco.
No próximo sábado (17), Diniz terá o seu reencontro com a torcida do Vasco. O Cruz-Maltino recebe o Fortaleza, às 18h30, em São Januário, pela nona rodada do Brasileirão. Atualmente, o Cruz-Maltino é o 17º colocado, com sete pontos em oito jogos.