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Abel deu bela porrada na geração estafe

O técnico palmeirense Abel Ferreira, recentemente, fez uma rara crítica ao comportamento de jogadores dentro de campo. Os alvos foram o colombiano Richard Ríos e o brasileiro Gabriel Menino. Jogadores talentosos, mas de comportamento displicente em campo. Uma bela porrada na geração estafe. A declaração veio após a derrota para o Vitória, no último sábado.

Virou rotina no futebol brasileiro ver notícias do tipo “estafe do jogador não gostou do comportamento do treinador”, ou “estafe vê atleta desvalorizado”. Estafe é a versão aportuguesada de “staff”, termo inglês para grupo de funcionários de uma empresa ou instituição. No País que se refere a liquidação como “sale”, chamada é “call” e retorno virou “feedback”, viralizou no meio futebolístico essa praga do estafe.

Na prática, o que se vê num universo em que empresários de jogadores emprestam fortunas para clubes rolarem suas dívidas, é o estafe reclamando de qualquer atitude relacionada aos seus jogadores.

Se um treinador manda um atleta para o banco, o estafe vai reclamar com o presidente do clube, que pede para o técnico aliviar, porque aquele empresário emprestou dinheiro para pagar os salários atrasados. Em muitos clubes, essa é a realidade.

A choradeira do estafe

O Palmeiras paga em dia, pelo que se sabe, e Leila Pereira não parece ser do tipo de dirigente suscetível a peitada de empresário (vide o caso Dudu). Mas a choradeira do estafe deve ocorrer também no clube paulista, porque virou regra nesse meio. Inclusive no que ser refere a críticas de comentaristas ou reportagens que não agradem ao estafe.

Por isso a atitude de Abel Ferreira, cada vez mais rara, é importante. Recentemente, Fábio Carille, treinador do Santos, deu entrevista ao podcast do Benjamin Back, reclamado de que se desse bronca em algum jogador, o estafe reclamaria com o presidente. Abel parece que não se importa muito com isso e resolveu chutar o pau da barraca.

Para um treinador com o prestígio e o currículo de Abel, pouco afeito a revelações de bastidores do dia-a-dia, chegar ao ponto de desabafar publicamente, é porque a situação extrapolou.

Jogadores jovens e talentosos são minas de ouro para empresários. Eles sabem que o mercado europeu tem poder absoluto sobre os clubes brasileiros e jogam com isso de forma astuta.

Ao empresar dinheiro para os clubes, aumentam sua influência sobre as decisões e abrem caminho para fechar negócios mais vantajosos.

Nem todos atuam como profissionais nessa equação. Há dirigentes, empresários e jogadores que se aproveitam da fragilidade dos outros lados para levar vantagem.

Ao expor sem medo o corpo mole de jogadores em um clube organizado e vitorioso, Abel Ferreira pode estar dando um grito de alerta sobre esta situação. Em um sistema de trabalho de alto rendimento e muita cobrança, se quem tem a chave do vestiário não puder mais subir o tom numa exigência, fica difícil.

Cada um avalia o ocorrido com quiser.

Para mim, ficou claro que Abel deu um recado claro para jogadores e estafes em seu desabafo.

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