Perto de completar um ano e meio na administração do Santos, o presidente Marcelo Teixeira vive o período de maior pressão desde que voltou à presidência.
As cobranças são consequência da péssima campanha do Peixe no Campeonato Brasileiro, onde a equipe se encontra na zona de rebaixamento com apenas quatro pontos conquistados em sete jogos disputados.
Essa pressão, no entanto, vai além. Nesta quinta-feira (8), por exemplo, o mandatário terá que dar explicações aos conselheiros sobre o andamento das negociações com a WTorre e os motivos que fazem o dirigente descartar a possibilidade de levantar um novo estádio em um terreno longe da Vila Belmiro.
As justificativas de Teixeira serão dadas durante uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo que foi solicitada por um grupo de conselheiros após a recolha de cerca de 1.500 assinaturas dentro do próprio órgão e de sócios torcedores do clube.
Mas onde seria a Arena do Santos?
Em contato com a Trivela, representantes deste grupo de conselheiros são contra a demolição da Vila Belmiro e entendem que o modelo de negócio com a WTorre não é financeiramente interessante para o Santos.
De acordo com eles, existem terrenos no Valongo, no Macuco e no centro da Cidade, mais precisamente no final da Avenida Conselheiro Nébias, próximo do Porto, que poderia abrigar a construção de um estádio com capacidade para 40 mil pessoas, estacionamento e condições de receber shows e grandes eventos.
Ainda baseado nas informações que eles obtiveram com o secretário de meio ambiente de Santos, o arquiteto Glaucus Farinello, a área em questão custa, ao todo, aproximadamente R$ 190 milhões.
A administração municipal, que veria toda aquela região da Cidade ser remodelada com o estádio, também teria se colocado à disposição para ajudar na negociação da área com os seus respectivos donos.
O projeto, inclusive, segundo os conselheiros, já teria sido debatido e agradado o prefeito Rogério Santos, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa e o pai do atacante Neymar, que tem contribuído para melhorias no clube.
Caso a prefeitura, diante de um interesse oficial por parte do Santos, conseguisse repassar a área sem custos ao clube, a construção da nova arena seria muito mais acessível.
Vale lembrar que para a WTorre, que será responsável pela administração do estádio por 30 anos, só irá iniciar as obras no lugar da Vila Belmiro depois que o Santos arrecadar R$ 200 milhões com a venda de cadeiras cativas.
Esse dinheiro, na visão dos conselheiros, pode ser usado na construção da arena pelo próprio clube, por meio de um processo de licitação com outras construtoras, ou até mesmo na aquisição da área, caso a Prefeitura não consiga repassá-la sem custos ao Peixe.
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Restaurantes em uma Vila Belmiro turística
Ainda de acordo com os representantes deste grupo de conselheiros, ao optar pela manutenção do mítico estádio alvinegro, o Santos, com abertura de restaurantes, choperia, lanchonetes e uma negociação para receber o Museu Pelé pode transformá-lo em um ponto turístico da Cidade. Segundo os envolvidos, isso faria tornaria a Vila mais uma fonte de renda para o clube.
Em reunião realizada nesta sexta-feira (29), executivos do Santos Futebol Clube e da WTorre Entretenimento avançaram nas negociações sobre a construção da nova Arena. No encontro, foram solucionados tópicos estratégicos que abrangem o projeto, tais como a campanha de pré-venda de… pic.twitter.com/NuVmehK3jk
— Santos FC (@SantosFC) November 29, 2024
E não só: o local, que continuaria sendo usado pela equipe profissional durante a construção do novo estádio, também pode vir a ser usado pelas equipes de base e pelo time feminino após a inauguração da nova arena. Assim, essas equipes não precisariam utilizar apenas o campo de grama sintética do CT Rei Pelé.
Algumas perguntas para Marcelo Teixeira
Diante de tudo isso, na reunião desta quinta-feira, os conselheiros prometem apresentar mais de 40 perguntas ao presidente sobre o tema.
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E elas vão sobre a insistência na demolição da Vila Belmiro, gastos com aluguel de estádios e hotelaria para a delegação nos jogos como mandante durante os anos de construção da nova arena, qual será o procedimento diante de um embargo por conta do impacto na vizinhança em virtude das obras e outras dezenas de questionamentos.
A reunião será realizada a partir das 19 horas (horário de Brasília), em formato presencial, no 1º andar do salão Vidal Behor Sion, na Vila Belmiro.