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Di Maria finalmente retorna ao Rosario Central: Por que demorou tanto?

Foram muitas idas e vindas em uma novela, mas agora é oficial: Ángel Di María está de volta ao Rosario Central. Com um vídeo nostálgico e emotivo, o clube argentino usou as redes sociais nesta quinta-feira (29) para anunciar a contratação do craque de 37 anos, que deixará o Benfica.

Responsável por conduzir a negociação, Gonzalo Belloso, presidente do Rosario Central, foi companheiro de Di María entre 2006 e 2007, quando o meia-atacante dava seus primeiros passos no futebol profissional pelos Canallas (apelido do Rosário). Até o astro dizer “sim” para este retorno, no entanto, muita coisa aconteceu.

Ameaças à família e cenas de terror adiaram acerto de Di María

Não é de hoje que Di María vinha namorando a volta para seu país natal. Em março de 2024, logo após o veterano manifestar publicamente o desejo de encerrar a carreira no Rosário Central — clube que o formou e pelo qual torce — sua família passou a receber ameaças na cidade.

Ameaças essas, que incluíam uma cabeça de porco com uma bala perfurada e tiros disparados em um posto de gasolina. Cenas que acabaram com qualquer esperança de que o acordo entre clube e jogador fosse concluído na época.

Em meio às tratativas com o presidente do Rosario para uma possível volta em julho, Di María foi categórico ao afirmar que nenhuma proposta financeira o faria retornar diante do cenário violento e das ameaças à segurança de sua família.

Rosário vive uma escalada no poder das facções do tráfico de drogas, o que a posiciona como a cidade com o quadro de violência mais crítico na Argentina atualmente. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, chegou a qualificar como “narcoterrorismo” a intimidação que Di María e família vinham sofrendo.

— Tomei a decisão após a primeira ameaça ser feita. Eu estava nos Estados Unidos com a seleção e disse que era impossível retornar. Isso foi em 25 de março. Lembro que alguns dias depois, Gonzalo Belloso me escreveu e perguntou como eu estava, como estava minha família. E eu disse a ele: “Dane-se. Eu não vou voltar para Rosario assim. Eles ameaçaram minha família e eu não vou permitir isso. A qualquer custo, não” — afirmou Di María ao canal “Rosario3”.

— Houve uma ameaça no bairro dos meus pais que foi noticiada em todos os lugares e, simultaneamente, houve outra ameaça na imobiliária da minha irmã que ninguém ficou sabendo porque ela e meu cunhado se assustaram e não denunciaram. Era uma caixa com uma cabeça de porco com uma bala de revólver na parte da frente e uma mensagem que dizia que se eu voltasse ao Rosario Central, a próxima cabeça seria da minha filha, Pia.

— Depois, mais uma ameaça no posto de gasolina com tiros, que aconteceu há pouco tempo. Poderiam ter matado qualquer funcionário ou pessoa que estivesse ali, uma loucura. Creio que foram muitas coisas que fizeram eu tomar esta decisão. Não são apenas ‘cartinhas’, houve tiros e coisas graves — concluiu.

Informações na Argentina dão conta de que parte desses narcotraficantes fazem parte de uma das barra bravas do Newell’s Old Boys, arquirrival do Rosario Central.

Di María em ação pelo Benfica (Foto: Imago)

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Operação de guerra para chegada de Di María?

No final de abril deste ano, quando as conversas entre Di María e Rosário Central voltavam a esquentar, o jornal “A Bola”, de Portugal, informou que o craque teria feito algumas exigências relacionadas à segurança para assinar com o time argentino.

As supostas exigências de Di María

  • Morar em um condomínio fechado;
  • Utilizar apenas carros blindados;
  • Ter seguranças particulares 24h por dia para a mulher e suas duas filhas.

O clube, ao que tudo indica, cooperou com o jogador. Ariel Holan, técnico da equipe, chegou a afirmar que a diretoria estava “fazendo todo o possível” para viabilizar o retorno do meia-atacante.

— Qualquer treinador adoraria ter um jogador de futebol da sua qualidade, mas essas são decisões muito pessoais — pontuou Holan na ocasião.



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