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Em 1995, Corinthians deu início a sua era de ouro após o título da Copa do Brasil

Em 1995, Corinthians deu início a sua era de ouro após o título da Copa do Brasil

Corinthians e Grêmio se enfrentam pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2024. Clássico nacional que coloca frente a frente duas equipes em crise, e precisando se recuperar na temporada.

No entanto, o duelo tem muita história na competição, e decidiram duas finais, uma vencida pelo Corinthians em 1995, e outra pelo Grêmio em 2001. Inclusive, é sobre a segunda conquista nacional da história do Corinthians que falaremos neste artigo.

Portanto, contaremos a respeito dos acontecimentos que antecederam uma das conquistas mais importantes do Timão em sua história. Esta que abriu espaço para uma era de ouro no Alvinegro. 

Período de transição após o título brasileiro em 1990

O Corinthians vivia um processo de transição de gerações na primeira metade da década de 90. Com o primeiro título brasileiro conquistado sob a batuta de Neto, e quatro anos mais tarde, o vice-campeonato nacional diante do Palmeiras.

Em 1995, o técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva, ídolo do São Paulo, Ponte Preta e Grêmio, tinha como missão rejuvenescer a equipe de Parque São Jorge.

Naquele tempo, nomes como Sylvinho, Dinei, Marcelinho Paulista surgiram, enquanto outros como o goleiro Ronaldo e os zagueiros Célio Silva e Henrique davam o equilíbrio com suas maiores experiências.

Aliados a isso, a categoria de Marques, Souza, Viola e Marcelinho Carioca. É neste cenário cheio de esperança e expectativa que o Corinthians deu seu início na busca pelo seu segundo título nacional, a Copa do Brasil.

A Copa Bandeirantes de 1994

Realizada pela primeira e única vez em 1994, a Copa Bandeirantes foi um torneio similar a atual Copa Paulista. O torneio reunia os principais times de todas as divisões do estado de São Paulo.

Seu campeão ganharia o direito de disputar a Copa do Brasil, que se tornava cada vez mais importante no cenário nacional.

Terceiro lugar no Campeonato Paulista de 1994, o Corinthians ganhou a chance de disputar o torneio estadual e buscar uma vaga na competição nacional.

A Copa Bandeirantes contou com a participação de oito clubes, de todas as três divisões do futebol paulista, entre eles:

  • Palmeiras (São Paulo) – Campeão Paulista de 1994
  • São Paulo (São Paulo) – Vice-Campeão Paulista de 1994
  • Corinthians (São Paulo) – Terceiro Lugar no Paulista de 1994
  • Santos (Santos) – Quarto lugar no Paulista de 1994
  • América (São José do Rio Preto) – Quinto lugar no Paulista de 1994
  • GE Novorizontino (Novo Horizonte) – Sexto lugar no Paulista de 1994
  • Araçatuba (Araçatuba) – Campeão da segunda divisão do Campeonato Paulista de 1994.
  • Nacional (São Paulo) – Campeão da terceira divisão do Campeonato Paulista de 1994.

As equipes foram divididas em dois grupos com quatro clubes, e apenas os campeões de chave avançavam para a final.

No Grupo A da competição, o Corinthians não teve dificuldade para liderar sua chave, e encerrou a primeira fase com dez pontos.

Vale lembrar que a vitória naquela época somava apenas dois pontos. Com cinco vitórias e apenas um revés, o Alvinegro avançou para a decisão.

No outro grupo, o Santos fez campanha mais modesta, somando quatro vitórias, um empate e uma derrota, mas também ficou na liderança de seu grupo.

Corinthians e Santos decidem a Copa Bandeirante

Sendo assim, Corinthians e Santos realizaram a final da Copa Bandeirantes de 1994 em dois confrontos no Estádio do Morumbi. No primeiro confronto, um passeio corintiano.

Viola (duas vezes), Marques, Marcelinho, Wilson Mano, e Tupãzinho marcaram os gols do Timão, enquanto Cerezo, Macedo e Neizinho fizeram os gols de honra do Peixe, no final, 6 a 3 para o Alvinegro de Parque São Jorge.

Com ampla vantagem na ida, bastou ao Corinthians administrar o jogo da volta. O empate por 1 a 1 sacramentou o título e a classificação do Timão para a Copa do Brasil do ano seguinte.

Enfim, a Copa do Brasil 1995

Como dito anteriormente, Mário Sérgio assumiu o posto deixado por Jair Pereira, e tinha como objetivo, renovar uma equipe já desgastada pelos últimos anos.

O terceiro lugar no Paulista e o vice-campeonato brasileiro em 1994 deixaram marcas no torcedor corintiano, que ansiava por mais conquistas no cenário nacional.

Mário Sérgio fazia sua segunda passagem no Parque São Jorge. Em 1993, substituiu Nelsinho Baptista, e por pouco não levou o Corinthians a outra final de Campeonato Brasileiro.

No entanto, o treinador treinou a equipe em 29 oportunidades, apenas. Pediu demissão após um empate diante do Santos no Campeonato Paulista de 1995.

Seu auxiliar, Eduardo Amorim, acabou assumindo o posto, e montou uma equipe sólida defensivamente, e letal no ataque.

Indo bem no estadual, o Corinthians estreou na Copa do Brasil daquele ano diante do Operário do Mato-Grosso, no dia três de março.

As condições do gramado do Estádio Governador José Fragelli não eram as melhores. Consequentemente, o Timão teve dificuldades para jogar, e não passou de um empate por 1 a 1 com os mato-grossenses.

No jogo de volta, o Corinthians contou com a força de Célio Silva, que marcou dois gols, um deles, uma pintura de falta, para golear por 4 a 0, e avançar para a segunda fase.

O Rio Branco do Acre seria o adversário corintiano na sequência da competição. Tal eliminatória foi mais tranquila ao time paulista, que venceu por 3 a 0 fora, e por 2 a 0 no Pacaembu.

O diferencial de Souza e Viola no Corinthians

Nas quartas de final da Copa do Brasil de 1995, o Corinthians enfrentaria o forte time do Paraná, que contava com jogadores de qualidade como Mirandinha, que depois vestiria o manto alvinegro.

No primeiro jogo, um empate sem gols no Sul do país deixou o confronto em aberto. Já na volta, a dupla Souza e Viola entrou em ação.

Com duas assistências do meia, e dois gols do centroavante, o Corinthians venceu por 2 a 1 em São Paulo, garantindo vaga na semifinal da competição.

Na semifinal, o remodelado Corinthians de Eduardo Amorim encarou o Vasco, treinado por Abel Braga. Na ida, um jogo truncado, sem muitas chances.

Porém, o ataque paulista mais uma vez foi determinante para o triunfo corintiano. Em outra assistência de Souza, Marcelinho Carioca deu um peixinho bonito para fazer o único gol da vitória por 1 a 0.

No segundo encontro, o Corinthians fez o que é lembrado até hoje como uma das grandes exibições do time na história nos anos 90.

O Timão massacrou o time Cruzmaltino e goleou pelo placar de 5 a 0. Com show de Viola, que anotou um hat-trick, um gol contra de Ricardo Rocha e outro de Souza, o Alvinegro demonstrou sua força, garantindo a vaga na final da competição.

Viola, recém-campeão do Mundo em 1994, brilhou no Corinthians em 1995. Foto: icon Sport

A decisão contra o Grêmio

Se o Corinthians era uma equipe em ascensão no cenário nacional, o Grêmio de Felipão era uma força consolidada em 95.

O futuro campeão da Libertadores tinha uma base muito sólida, um meio de campo qualificado, e um ataque para lá de eficiente.

Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel eram os craques daquele time, que ainda contava com Arce e Rivarola, entre outros grandes jogadores.

O time gaúcho chegou à final da Copa do Brasil daquele ano após passar pela Desportiva do Espírito Santo, Palmeiras, São Paulo e Flamengo.

Um caminho mais árduo do que o do Corinthians, o que credenciou o Tricolor a favorito para vencer a competição.

Campeão do torneio em 1994, o Grêmio buscava o tri, mas parou em um focado Corinthians, que já no primeiro jogo demonstrou sua força.

O primeiro jogo aconteceu no Pacaembu, no dia 14 de junho de 1995. Viola, sempre ele, abriu o marcador aos 41 minutos do primeiro tempo, após cruzamento de Marcelinho Carioca.

A equipe gremista chegou a igualdade no marcador com Luís Carlos Goiano, aos 20 do segundo tempo. Mas seis minutos mais tarde, Marcelinho marcou o segundo gol, colocando o Corinthians em vantagem na decisão.

O jogo de volta aconteceu no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Nem mesmo os mais de 47 mil gremistas no local assustaram o time corintiano, que suportou bravamente a pressão dos gaúchos.

Em um contra-ataque mortal, aos 26 minutos do segundo tempo, Marcelinho Carioca marcou o gol do título, fazendo explodir de emoção o torcedor do Corinthians em todo o mundo.

O período vitorioso do Corinthians pós Copa do Brasil 95

Na entrevista pós-título, Marcelinho Carioca afirmou que aquele seria o primeiro de muitos títulos que conquistaria pelo Alvinegro de Parque São Jorge, o que se concretizou depois.

Bi-campeão brasileiro em 1998/1999, campeão paulista em 95, 97, e 2001, além do título Mundial em 2000, o meia é um dos maiores ídolos do Corinthians, e um dos principais nomes de uma das eras mais vitoriosas da história do Timão.



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