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entenda plano da Gaviões para quitar o estádio do Corinthians

entenda plano da Gaviões para quitar o estádio do Corinthians

Principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel deu nesta sexta-feira (18) um novo passo no projeto visando quitar a dívida que o clube alvinegro tem com a Caixa Econômica Federal em relação a Neo Química Arena

A ideia é que em cerca de um mês seja anunciado oficialmente uma chave pix para que torcedores façam doações para o pagamento da casa corintiana

O Timão possui um financiamento em aberto com o banco público. As parcelas do acordo, que tem duração até 2041, seguirão valendo mesmo durante a campanha idealizada pela torcida organizada. 

Um protocolo de intenções foi assinado na sede da instituição bancária, em São Paulo. Na cerimônia, estiveram presentes:

  • Membros da diretoria da Gaviões da Fiel, liderados pelo presidente Ale Oz e o vice Fábio Camara; 
  • Augusto Melo, presidente do Corinthians;
  • Vinicius Cascone, diretor jurídico do Corinthians; 
  • Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal; 
  • Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do Governo Federal. 

Como funcionará a arrecadação através da Gaviões?

A parceria da torcida organizada com a Caixa Econômica Federal prevê a criação de uma conta no banco estatal para a arrecadação de fundos a fim de promover a quitação da Neo Química Arena. 

Haverá um bloqueio para que não haja a utilização desta conta para outros fins e a retirada do dinheiro que estiver nela só acontecerá ao fim do período de ação. 

A instituição Sport Club Corinthians Paulista não terá acesso algum a esse mecanismo. E até mesmo a diretoria da Gaviões, responsável pela iniciativa, será impedida de fazer movimentações. 

Através da criação da conta, será disponibilizada uma chave pix para que a torcida corintiana possa fazer as contribuições pelo pagamento do estádio. 

Já existem conversas da uniformizada com uma agência especializada para a criação do site no qual os dados bancários ficarão disponíveis. A tendência é que ele fique pronto na primeira quinzena de novembro

O intuito é, também, usar o meio para dar transparência e atualizar os detalhes de arrecadação. 

Ainda não se sabe como isso será feito. Há uma preocupação com a exposição financeira e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Uma das ideias cogitadas é simular o “impostômetro” localizado no centro de São Paulo e atualizar os recebimentos em tempo real. 

Também no intuito de dar exposição à lisura do projeto é pensado na criação de uma espécie de “conselho” com empresários, administradores e pessoas do mercado financeiro que possam avaliar e dar diretrizes ao projeto. 

A projeção da Gaviões da Fiel é de arrecadar entre R$ 500 e R$ 700 milhões em seis meses. 

No entanto, para Carlos Viana, presidente da Caixa Econômica Federal, é possível que 90 dias após o início da campanha já haja o levantamento de valores que permitam uma negociação com o banco. 

– Prazo é contratual, mas entendemos que a manifestação será tão efetiva que em 90 dias a gente vai ter uma questão bem encaminhada – disse Carlos. 

– Fizemos várias reuniões e não dá para saber a dimensão da força da Fiel torcida. Com os pés no chão, a gente está projetando seis meses. Estamos bem engajados. O Brasil inteiro sabe dessa campanha. Temos um valor na nossa cabeça que podemos trabalhar tanto com 500, quanto com 700 milhões (de reais). Se fizeram uma conta de 35 milhões de corintianos, com 5 milhões a R$ 20 por mês. Com os pés no chão. Vai ter gente que vai ajudar mais – destacou Ale Oz, presidente da Gaviões da Fiel. 

Segundo o último balanço financeiro divulgado pelo Corinthians, em setembro, a dívida do clube referente a Neo Química Arena está em R$ 710 milhões

O acordo atual de financiamento seguirá sendo cumprido mesmo durante a campanha de arrecadação da Gaviões da Fiel. 

Porém, após o encerramento da iniciativa da torcida organizada, será feito o cálculo dos valores levantados, podendo amortizar parte do débito. 

– Na medida que fomos construindo esses valores, como em uma negociação bancária tradicional, teremos um rebate da dívida. O que está acontecendo aqui é o raciocínio de uma relação madura bancária e de um clube com participação da torcida – destacou Carlos Vieira. 

Atualmente, o Timão paga parcelas trimestrais à Caixa Econômica Federal a respeito do financiamento feito até 2041. 

Inclusive, os pagamentos dos dois primeiros anos (2023 e 2024) correspondem somente a juros construídos por atrasos de pagamentos passados, que inflacionou a dívida total. 

O empréstimo original, feito em 2014, foi de R$ 400 milhões. 

E o naming rights? 

Desde que batizou o estádio corintiano, tornando-o em Neo Química Arena, a Hypera Pharma faz o pagamento do naming rights.

No entanto, a quantia depositada anualmente desde 2020 até 2024 sequer passa pelos cofres do Corinthians, indo direto para a Caixa Econômica Federal. 

E assim como o financiamento, isso será mantido mesmo durante a campanha de arrecadação promovida pela Gaviões de Fiel. 

O estádio do Corinthians foi batizado de Neo Química Arena em setembro de 2020, durante a celebração dos 110 anos do clube alvinegro (Foto: Divulgação/Neo Química)

O valor original pago pela empresa do ramo farmacêutico é de R$ 15 milhões por ano, mas terá aumento constante por conta das correções monetárias. 

– Tem um contrato vigente entre a arena e a empresa, a Neo Química, que fez o contrato com o Corinthians e a Arena (Itaquera S/A) e não tem nada a ver com a campanha que visa a arrecadação dos valores para quitar o estádio à vista. Esse é o objetivo da Gaviões e do torcedor corintiano. A questão do naming rights não se relaciona com essa campanha – afirmou Vinícius Cascone, diretor jurídico do Timão. 

Ainda que não seja o idealizador da campanha, o Corinthians, como instituição, dará todo suporte necessário para ela acontecer. 

O principal papel do clube nisso será conferir publicidade ao projeto. 

Há o pensamento de criar junto ao departamento de marketing campanhas que incentivem os torcedores a contribuírem com o projeto. 

No entanto, essas iniciativas não estarão associadas ao programa de sócios Fiel Torcedor. 

Presidente do Corinthians, Augusto Melo esteve presente na asssinatura do protocolo de intenções da Gaviões com a Caixa (Foto: Fábio Lázaro/Trivela)

Além disso, o Timão não trabalha com a possibilidade de realizar aporte no fundo, idealizado pela Gaviões. 

– Corinthians não vai fazer aporte, mas vai fazer uma série de mecanismos para incentivar os aportes. Vamos tentar fazer essa sinergia para incentivar a torcida. Brinco que assim como existe o projeto “Minha Casa, Minha Vida” estamos fazendo o projeto “Meu Estádio, Minha Vida”. Como marca, o Corinthians vai dar toda a estrutura para apoiar esse trabalho. Vamos criar outro modelo (de benefícios aos contribuintes do projeto). O Fiel Torcedor tem um regulamento. Vamos criar outras contrapartidas – pontuou Cascone. 

Ainda assim, o presidente Augusto Melo deixou claro que, como pessoa física, quer ser o primeiro a fazer o pix assim que a conta estiver ativa. 

A Caixa também se comprometeu a dar publicidade à campanha através das suas agências e postos bancários espalhados pelo Brasil. 

Há uma grande preocupação da direção da Gaviões da Fiel em alertar os torcedores que ainda não há uma conta bancária ativa e que qualquer informação diferente a ser passada trata-se de golpe e precisará ser denunciada.



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