Fernando Seabra é demitido do Cruzeiro; entenda motivos de queda
Fernando Seabra não é mais treinador do Cruzeiro. O clube celeste anunciou a demissão do treinador no início da manhã desta segunda-feira (23). O técnico de 47 anos comandou a equipe estrelada no empate em 0 a 0, com o Cuiabá, nesse domingo (22), pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Seabra deixa o clube em meio às disputas do Brasileirão, onde o Cruzeiro é sétimo colocado, e da Copa Sul-Americana, com o clube celeste tendo vencido o jogo de ida das quartas de final, contra o Libertad, no Paraguai.
— O Cruzeiro comunica a saída de Fernando Seabra do comando técnico da equipe. Além do treinador, o auxiliar técnico Alvaro Martins também deixa o clube.
Agradecemos pelo profissionalismo e dedicação e desejamos sucesso na sequência da trajetória dos profissionais — publicou o clube celeste em suas redes sociais.
Contratado pelo Cruzeiro após a saída de Nico Larcamón, ainda na gestão de Ronaldo Nazário, Fernando Seabra comandou o clube celeste em 34 partidas. Sua estreia foi na terceira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, em um empate em 3 a 3 com o Alianza FC, da Colômbia.
Logo no jogo seguinte, estreou junto da Raposa no Brasileirão, vencendo o Botafogo por 3 a 2 na primeira rodada da competição nacional.
O treinador, que comandava uma equipe profissional pela primeira vez na carreira após trabalhos em categorias de base, surpreendeu no seu início pelo time celeste, recuperando a equipe que havia começado mal na Copa Sul-Americana e fazendo uma campanha de G6 no Campeonato Brasileiro.
Tudo isso com um time fragilizado, ainda sem os reforços milionários da gestão de Pedro Lourenço, o Pedrinho BH, e Alexandre Mattos.
Em determinado momento, em especial após a acachapante vitória de 3 a 0 sobre o líder Botafogo, o futebol do Cruzeiro foi tratado como o melhor do Brasil e Seabra como técnico revelação da temporada.
Os motivos da queda de Fernando Seabra no Cruzeiro
Curiosamente, logo após a partida contra o Botafogo, que deixou Cruzeiro e Fernando Seabra em evidência, o time celeste perdeu fôlego e os resultados pararam de aparecer.
Desde então, o Cruzeiro disputou dez partidas, vencendo apenas três — contra o Boca Juniors, pelo jogo de volta das oitavas da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Goianiense, lanterna do Brasileirão, e contra o Libertad, na ida das quartas da “Sula”.
E para além da falta de resultados, o que se viu foi um time em clara queda de rendimento. Jogadores que vinham bem, como Matheus Pereira, camisa 10 da equipe, e os zagueiros João Marcelo e Zé Ivaldo, passaram a oscilar.
Em vários jogos, o Cruzeiro apresentou dificuldades de criar oportunidades de gol, ainda que a defesa seguisse exposta.
Tal situação aumentou a pressão sobre Seabra, que passou a ser muito questionado pela torcida celeste. Nos últimos jogos, o técnico foi hostilizado por cruzeirenses, fazendo com que jogadores como Cássio, Marlon e Matheus Pereira saíssem em sua defesa.
Em vários momentos das últimas semanas, o CEO de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, bancou a permanência de Fernando Seabra, mas isso caiu por terra com a incapacidade do time celeste em voltar aos seus melhores dias.
Agora, o Cruzeiro terá o Libertad pela frente, já na quinta-feira (26), pela volta das quartas de final da Copa Sul-Americana. A tendência é que, se outro nome não for anunciado rapidamente, o auxiliar técnico Wesley Carvalho comande a equipe.
Após vencer por 2 a 0 fora de casa, a Raposa pode até perder por um gol de diferença que estará nas semifinais.
Fernando Seabra foi o treinador que mais vezes comandou o Cruzeiro, desde a saída do uruguaio Paulo Pezzolano, em março de 2023.
Antes do agora ex-treinador da Raposa, comandaram o clube: Pepa, Zé Ricardo, Paulo Autuori, que liderou comissão técnica interina da qual Seabra fazia parte, e Nicolás Larcamón.
