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Bill Gates vai doar fortuna de R$ 1 trilhão para a África

Wikimedia Commons/Kuhlmann MSC

Vaso sanitário tecnológico foi apresentado por Bill Gates em Pequim

O fundador da Microsoft, Bill Gates, anunciou que a maior parte de sua fortuna será destinada a melhorar os serviços de saúde e educação na África ao longo dos próximos 20 anos. As informações são da BBC.

Aos 69 anos, Gates afirmou que:

“Ao liberar o potencial humano por meio da saúde e da educação, todos os países da África devem estar no caminho da prosperidade”.

Falando em Adis Abeba, capital da Etiópia, ele também incentivou os jovens inovadores africanos a pensarem em como desenvolver Inteligência Artificial (IA) para aprimorar os serviços de saúde no continente.

Em 2023, Bill Gates expressou interesse em investir no sistema de pagamento eletrônico e valor armazenado na Etiópia após observar o número crescente de usuários em Uganda, Quênia e Tanzânia.
Reprodução CGTN Africa

Em 2023, Bill Gates expressou interesse em investir no sistema de pagamento eletrônico e valor armazenado na Etiópia após observar o número crescente de usuários em Uganda, Quênia e Tanzânia.

No mês passado, Gates revelou que doará 99% de sua fortuna, que deve chegar a US$ 200 bilhões (mais de R$1.1 trilhão),até 2045, ano em que sua fundação encerrará suas atividades.

Durante um discurso na sede da União Africana (UA), Gates disse:

“Recentemente, assumi o compromisso de que minha riqueza será doada nos próximos 20 anos. A maior parte desse financiamento será destinada a ajudar vocês a enfrentar desafios aqui na África”.

Graça Machel, ex-primeira-dama de Moçambique, elogiou o anúncio, dizendo que ele chega em um “momento de crise”:

“Contamos com o firme compromisso do Sr. Gates para continuar trilhando conosco esse caminho de transformação”.

Graça Machel, ex-primeira-dama de Moçambique, em evento no Rio de Janeiro em 2023.
Fernando Frazão/Agência Brasil

Graça Machel, ex-primeira-dama de Moçambique, em evento no Rio de Janeiro em 2023.

O governo dos Estados Unidos cortou parte da ajuda à África, incluindo programas de tratamento de HIV/Aids, como parte da política “America First” do ex-presidente Donald Trump, o que gerou preocupações sobre o futuro da saúde no continente.

Gates afirmou que sua fundação, que atua há muito tempo na África, irá focar na melhoria da atenção primária à saúde:

“O que aprendemos é que ajudar a mãe a estar saudável e bem nutrida antes e durante a gravidez gera os melhores resultados”.

“Garantir que a criança receba boa nutrição nos quatro primeiros anos de vida também faz toda a diferença”, completou.

Em uma mensagem aos jovens inovadores, o bilionário lembrou que os celulares revolucionaram o sistema bancário na África e defendeu que agora a IA deve ser usada para benefício do continente:

“A África, em grande parte, pulou a etapa do banco tradicional e agora vocês têm a chance, ao construir os sistemas de saúde da próxima geração, de pensar em como a IA estará integrada neles”.

Ele citou Ruanda como exemplo, destacando que o país já utiliza IA em ultrassonografias para identificar gestações de alto risco e melhorar os serviços de saúde.

A Fundação Gates disse que tem três prioridades principais: acabar com mortes evitáveis de mães e bebês, garantir que as próximas gerações cresçam livres de doenças infecciosas letais e tirar milhões de pessoas da pobreza:

“No final de 20 anos, a fundação encerrará suas operações”.

No mês passado, Gates afirmou que aceleraria o ritmo de suas doações por meio da fundação.

“As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado a garantir que ‘ele morreu rico’ não será uma delas”, escreveu em seu blog.

Mesmo doando 99% de sua fortuna, Gates ainda continuará bilionário, e possivelmente o quinto homem mais rico do mundo, segundo a Bloomberg.

Junto com Paul Allen, Gates fundou a Microsoft em 1975, que logo se tornou líder no mercado de softwares e tecnologia.

Paul Allen (à esquerda) e Bill Gates (à direita) em 1975.
Divulgação Microsoft

Paul Allen (à esquerda) e Bill Gates (à direita) em 1975.

Nas últimas décadas, ele foi se afastando da empresa, deixando o cargo de CEO em 2000 e o de presidente do conselho em 2014.

Gates disse ter se inspirado no investidor Warren Buffett e em outros filantropos para tomar a decisão de doar sua fortuna.

Por outro lado, críticos da fundação afirmam que ele se aproveita do status de instituição filantrópica para pagar menos impostos e que sua organização exerce influência excessiva sobre os sistemas de saúde globais.

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