Notícias do Esporte

Kalil ignora teoria de ajuda entre rivais

Todo torcedor ama ver o maior rival na pior. Perdendo jogos, títulos e até mesmo sendo rebaixado. Mas, há uma teoria, principalmente quando há um embate direto entre dois clubes, que defende que eles podem se retroalimentar. Como se um pudesse puxar o nível do seu maior oponente – para o bem ou para o mal.

Esse raciocínio, definitivamente, não passa perto da cabeça do ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil. Em uma entrevista, o se colocou na contramão do viés que, segundo ele, é defendido pela atual gestão.

Diferente do que a diretoria atual [do Galo] acha, eu não acho que o Cruzeiro bom fortalece o Atlético. O que fortalece o Atlético é o Cruzeiro morto. É enterrar eles — Alexandre Kalil ao Charla Podcast.

Kalil entende que isso – o fim do Cruzeiro – não tem mais chances de acontecer por conta da aquisição do clube celeste pelo empresário Pedrinho, que ele fez questão de exaltar.

— Não vai acontecer (Cruzeiro acabar), pois conheço o Pedrinho e ele não vai deixar. O time estava indo para o cemitério. O problema do Pedrinho [na ótica atleticana] é que ele é apaixonado pelo Cruzeiro. Ele está disposto a colocar dinheiro. Ele falou comigo que ia salvar o clube. É o brinquedo dele. É o que ele gosta — completou Kalil sobre o empresário cruzeirense.

Teoria perdeu força nos últimos anos

A teoria de ‘ganha-ganha’ entre os clubes mineiros tomou força em 2013 e 2014, últimos anos de Alexandre Kalil na presidência do Atlético. Isso porque nas duas temporadas, o Galo venceu a Libertadores e da Copa do Brasil, enquanto o Cruzeiro conquistou dois Campeonatos Brasileiros.

Atlético e Cruzeiro fizeram a final da Copa do Brasil de 2014, vencida pelo Galo (Bruno Cantini/Atlético)

No entanto, essa ideia foi se perdendo nos últimos anos, principalmente em 2021. Enquanto o Cruzeiro agonizava seu segundo ano seguido de Série B e em um momento que parecia não haver saída, o Atlético dominou o futebol brasileiro e conquistou Brasileirão e Copa do Brasil.

Kalil, como sempre, critica donos do Atlético

Kalil presidiu o Atlético entre 2008 e 2014. Após assumir um clube que acabava de retornar da Série B e acumulava alguns anos de briga contra o rebaixamento, conquistou a Libertadores e a Copa do Brasil.

Depois disso, virou prefeito de Belo Horizonte por dois mandatos, de 2017 a 2022. Foi nessa época que surgiram os primeiros desentendimentos com os atuais donos do Atlético, principalmente Rubens Menin e Ricardo Guimarães.

Desde então, sempre se atacam em entrevistas. E não foi diferente dessa vez. Kalil, primeiro, disse que falta empatia aos gestores do Galo, por isso são alvo de protestos.

Ele (Pedrinho) tem algo, que não conseguem (no Galo), que é ter empatia com a torcida. Eu tive isso. A torcida tem que enxergar que você está sofrendo junto com ela, se não, ela vai para o cacete com você. Não adianta falar, ela vai ver. — iniciou.

Kalil dando autógrafos a torcedores do Galo quando era presidente
Kalil dando autógrafos a torcedores do Galo quando era presidente (Bruno Cantini/Atlético)

Críticas à SAF e a Arena MRV

Ele também comentou – com muitas críticas – sobre o processo para o Atlético se tornar SAF.

— O processo de SAF do Atlético é tão complicado… Ou foi maquiavélico, ou despreparo total, pode escolher. Eu não quero discutir o Atlético porque me dói, não fico à vontade. Não converso com aqueles caras (4Rs), não gosto deles — disse o ex-presidente atleticano.

Vale lembrar que, no período de Kalil na presidência do Atlético, Rubens e Ricardo eram patrocinadores do clube e eles mantinham boa relação.

Rubens Menin (1° a esquerda), Kalil (3°) e Ricardo Guimarães (5°) juntos em 2014
Rubens Menin (esquerda), Kalil (3°) e Ricardo Guimarães (5°) juntos em 2014 (Bruno Cantini/Atlético)

Outra crítica feita pelo ex-presidente do Atlético envolve a Arena MRV. A construção ocorreu durante seu mandato na prefeitura, e muitas pessoas, inclusive alguns dos próprios donos, insinuam que a administração de Kalil dificultou alguns processos.

Uma CPI foi organizada, mas nenhuma denúncia foi feita contra Kalil, que afirmou que a verdade é justamente o inverso: sem ele, o estádio nem sairia do papel.

Se eu soubesse que ia dar tanto problema, eu mesmo tinha proibido o estádio. Se eu não sou prefeito, nem estádio ali tinha, pois tem nascente, é área preservada. O que está atrapalhado lá? Fui eu que fiz o ponto cego? Eu que não deixo o sol entrar? Eu que coloquei a grama lá? Resolvam o que tenham que resolver e larguem o Kalil em paz — afirmou.

Arena MRV
Arena MRV seria “Arena Elias Kalil”, em homenagem ao pai de Alexandre, mas desavenças mudaram essa história (Pedro Souza/Atlético)

Por conta dos problemas com a atual gestão do Atlético, Kalil pediu que o nome do seu pai (Elias) não fosse mais o nome oficial da Arena MRV, além de ter devolvido as honrarias que ganhou do clube, como o Galo de Prata, que é o prêmio máximo concedido pelo Galo.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo