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Leila fala sobre fair play financeiro, Palmeiras e pós-eleições

Em pouco menos de um mês, o Palmeiras conhecerá o seu futuro. Mas não é exagero dizer que, além do time paulista, o futebol brasileiro também conhecerá, afinal de contas, nos últimos anos, o clube tem dominado e conquistado os principais títulos do continente.

No dia 24 de novembro, os sócios do Alviverde vão escolher o novo mandatário do Palmeiras para os próximos três anos, ou, então, vai renovar a presença de Leila Pereira no triênio que segue.

Em entrevista ao O Globo, a presidente e principal patrocinadora do clube falou da expectativa para as eleições e o que projeta para o seu futuro no Palmeiras ou fora dele.

— Tem gente que passa a vida inteira sem saber onde é o seu lugar, não é? Eu achava que o meu fosse nas minhas empresas, mas não. Descobri que meu lugar é no futebol. Me sinto à vontade, porque sou a mesma pessoa conversando com você e nas empresas. Por isso me veem com credibilidade. O futebol é um produto tão espetacular que precisa de dirigentes como a do Palmeiras — comentou Leila.

Mas, segundo Leila, esse desejo tem data de validade – ao menos no cargo de presidente. Caso seja reeleita, Leila promete que será os seus últimos anos em um cargo no clube. Depois, apenas os bastidores.

— Gostaria de mais três anos. Depois, não quero mais. Tudo tem um ciclo. O da patrocinadora vai terminar agora, e o de presidente, se eu for reeleita, daqui a três anos. Vou continuar no Palmeiras, colaborando com o próximo presidente, desde que ele siga essa nossa linha de profissionalismo — revelou Leila.

Fair play financeiro no futebol brasileiro? Leila Pereira responde

O debate sobre fair play financeiro tem estado em alta nos últimos meses no futebol brasileiro, desde que o presidente do Botafogo, o estadunidense John Textor, comentou sobre a necessidade da criação um fair play financeiro, com teto salarial, para o futebol no país.

Ela também defende a crianção da medida no Brasil, mas em uma versão “menos rigorosa”, como a que já aplica no Palmeiras.

— No Palmeiras, criei meu fair play. E não falo de um fair play financeiro muito rigoroso, senão você acaba com o futebol brasileiro. Mas um com limitações. Se você não consegue pagar em dia as compras de atletas e os salários deles, não pode contratar. Deveríamos começar assim. Eu disputo pagando direitinho e não posso, às vezes, fazer contratações para não prejudicar meus compromissos. E há clubes que não querem nem saber. Aliás, não sei como vendem para determinados clubes – destacou Leila.

Mas, para a mandatária, a criação de uma lei depende da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Sem a influência direta da instituição ou, até mesmo, a criação unilateral dessa limitação por parte da CBF, os clubes não vão se organizar.

John Textor também foi assunto da entrevista da presidente do Palmeiras. Mesmo com as muitas acusações de manipulação de resultados no título do Campeonato Brasileiro de 2023 do time paulista, Leila garante que a relação dela com o empresário norte-americano é boa.

— Fiz um elogio à administração do Botafogo quando eles vieram jogar aqui. O trabalho deles é fantástico, senão não estariam na situação em que estão. Só fiquei revoltada no ano passado […] Não posso deixar que diminuam um trabalho fantástico que todos nós — profissionais, atletas, gestão — nos esforçamos muito para conseguir. O meu desabafo não foi contra a instituição Botafogo, contra os torcedores, contra os atletas. Mas sou uma mulher que olha para frente. Isso é passado — revelou a mandatária.

Desde que assumiu o cargo de presidente do Palmeiras, em novembro de 2021, Leila Pereira ganhou praticamente tudo que disputou. Entre profissional, feminino e divisão de base, são 31 conquistas.

Em três anos à frente do alviverde, Leila já se tornou a presidente com mais títulos na história do Palmeiras. Na temporada 2024, porém, levou apenas o Campeonato Paulista. Mas, até o fim da temporada, pode levar o seu oitavo título do profissional e, de quebra, atingir uma marca inédita na história do clube.

Leila Pereira é a presidente que mais venceu títulos na história do Palmeiras. Foto: Imago

Se vencer o Brasileirão, será a primeira vez que o Palmeiras conquista o três vezes seguidas a principal competição do Brasil.

— Isso é em virtude de trabalho e do profissionalismo com o qual tratamos o futebol do Palmeiras. Aqui estão os melhores profissionais do Brasil, que são diariamente assediados por outros clubes, mas decidem ficar por conta da credibilidade do nosso projeto […] E nós temos um DNA de nunca estar satisfeitos. Estamos sempre querendo mais e mais — disse a mandatária.

Antes de assumir como presidente do Palmeiras, Leila Pereira já se fazia presente nos bastidores do clube, mas como patrocinadora. Apesar da influência, Leila garante que nunca interferiu em nenhuma decisão antes de assumir o clube.

Em dezembro de 2024, o patrocínio da Crefisa chega ao fim com a equipe. Para os próximos anos, mesmo que permaneça como presidente da equipe, Leila indicou que a Crefisa pode dar lugar a uma casa de apostas como a principal patrocinadora do clube, o que tem sido tendência nos seus principais rivais.

— Quando comecei a patrocinar o Palmeiras, em 2015, éramos o maior patrocínio da América do Sul. Mas as bets mudaram o panorama dos valores, que são muito altos hoje. Não podemos fugir disso. Estamos em busca de empresas com credibilidade e poder financeiro para honrar seus compromissos — finalizou Leila.

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