Como opção do Liverpool para substituir Arnold pode agravar problema na defesa
Após a saída de Trent Alexander-Arnold, o Liverpool sabe que precisa de um jogador de elite, como é o inglês, para a lateral direita.
Conor Bradley, de 21 anos, pode ser esse atleta no futuro, mas seus problemas físicos o afastam de tomar esse lugar agora, segundo o técnico Arne Slot. O clube de Anfield, então, mira e está praticamente certo com Jeremie Frimpong, do Bayer Leverkusen, para a função.
O holandês de 23 anos chegará por cerca de 35 milhões de euros (R$ 222 milhões), segundo o jornalista Fabrizio Romano, e deve tomar conta da função pela direita da defesa. A chegada do reforço milionário, porém, não salvará os Reds de um velho problema que antecessor já mostrava e pode ser agravado pelo novo atleta.
Como Arnold, principal deficiência de Frimpong é defendendo
Trent e Frimpong são laterais ofensivos, mas de características completamente distintas. O inglês é conhecido pela técnica com a bola nos pés, capaz de dar lançamentos longos como um típico meio-campista e cruzar na área como se tivesse colocado com a mão. Já o ala do Leverkusen, ponta de origem, se destaca pela explosão física e capacidade de vencer duelos com dribles, sempre chegando à linha de fundo.
— Se você consegue encontrá-lo rapidamente e ele consegue se aproximar de um lateral, Frimpong é letal. Ele é uma grande ameaça e pressiona bem. Sua velocidade é uma arma incrível — elogiou Ronald Koeman, técnico da seleção holandesa, no início deste ano.
Os dois, no entanto, compartilham uma clara dificuldade no jogo sem bola. Foram várias as vezes que Arnold foi alvo de críticas na Inglaterra por marcações desatentas, sendo superado facilmente por atacantes, ou por recompor a última linha de forma negligente. Nesta temporada, quando aconteciam problemas de recomposição, sobrava para Konaté, o zagueiro do lado direito, tentar compensar a marcação do lateral.
Frimpong é ainda mais deficitário nesse quesito defensivo. Apesar de ter sido formado como lateral no Manchester City (onde nunca atuou pelo profissional), sempre se destacou pelo jogo ofensivo e já tinha feito partidas como ala e ponta. Ele se profissionalizou no Celtic em 2019 e chegou ao Leverkusen dois anos depois.
Na Alemanha, especialmente quando Xabi Alonso chega, em 2022, o holandês vira um pilar na ala direita do 3-4-3 do treinador espanhol e atingiu 24 participações em gols na temporada 2023/24, um recorde até aqui na carreira. Em alguns momentos, ele até deixou de fechar a linha de cinco sem a bola e ser definitivamente um ponta na formação 4-2-3-1.
— Ele joga quase como um ponta-direita. Meu lateral-direito deveria ser capaz de defender bem, e tenho minhas dúvidas sobre isso — disse Koeman, em 2023, quando deixou o jogador fora de uma convocação.
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Números comprovam dificuldades do novo nome do Liverpool para lateral-direita
Dados da plataforma “SofaScore”, mostram como o forte de Frimpong está no campo ofensivo. Os números defensivos do holandês são modestos na Bundesliga desta temporada: em 33 jogos (27 como titular), soma apenas 33 desarmes (média de um por partida), oito interceptações (0.2) e 19 cortes (0.6).
Um levantamento da emissora inglesa “BBC”, com dados do “Opta”, mostra que apenas 22% dos toques do jogador na bola foram no campo de defesa — como comparação, Arnold teve 48%, além de ter desarmado mais (71) e ter feito mais cortes (47) e interceptações (31) na atual Premier League.
Como Arne Slot pode adaptar Frimpong?
Tudo isso, porém, não quer dizer que a passagem do atleta seleção holandesa em Anfield será um fracasso. Muito pelo contrário. Sua característica ofensiva pode trazer uma dinâmica interessante com Mohamed Salah pelo lado direito, com o egípcio tendo mais liberdade para flutuar para dentro ou se aproveitar de como o colega vai atrair a marcação para ficar no mano a mano com um marcador. Só que isso virá com a condição de ajustes de Arne Slot.
Se realmente colocar o compatriota de lateral, o treinador precisaria compensar a pouca aptidão defensiva dele “prendendo” Andrew Robertson, o lateral-esquerdo, sempre na saída de bola ao lado dos dois zagueiros, podendo também reforçar o meio-campo, fazendo o time, na fase mais avançada de construção, ter dois volantes (provavelmente Gravenberch e Mac Allister) também presos para não ficar tão exposto a um possível contra-ataque.
Ou, em um cenário mesmo provável, repetir a formação com três zagueiros, como Alonso fazia no Leverkusen e conseguia extrair o melhor de Frimpong.
Os Reds ainda têm outras questões para resolver para próxima temporada, como quem será o novo centroavante, se Luis Díaz continuará no time, se outro meio-campista será adicionado ao elenco. Tudo isso será respondido nos próximos meses, que prometem muito dinheiro gasto pelo Liverpool, pois o jornal inglês “The Telegraph” afirmou que o técnico holandês terá “um dos maiores orçamentos de transferência da história do clube“.
