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Monumental passa em teste de segurança para final da Libertadores, mas peca em estrutura interna

Monumental passa em teste de segurança para final da Libertadores, mas peca em estrutura interna

Até que se prove o contrário, o Monumental de Nuñez receberá a final da Libertadores, entre Atlético-MG e Botafogo. E o “evento teste” para a decisão foi a semifinal em que o Galo eliminou o River Plate, dono da casa.

Fechado durante cerca de um ano, entre 2022 e 2023, para uma segunda fase de reformas, que começaram em 2020, La Herradura se tornou o maior estádio da América do Sul, com capacidade de 84.567 lugares.

Ter recebido um dos jogos da semifinal foi uma prova de fogo para o estádio, principalmente pelo envolvimento do clube mandante, que fez com que mais de 80 mil pessoas estivessem presentes.

A reportagem da Trivela esteve presente no Monumental e, a seguir, detalha a operação interna e externa no dia da partida e classifica pontos positivos e negativos da organização.

Esquema de segurança no entorno do Monumental é rígido

A entrada principal do estádio Monumental de Nuñez fica na avenida Guillermo Udaondo. O local é a continuidade da Puente Labruna, que possui um dos principais fluxos de veículos nas redondezas.

Ainda assim, a ponte é fechada em dias de jogos, conforme normas de segurança do local, o que gera problema de trânsito e aumenta o tempo de chegada ao campo de jogo em dias de eventos.

Entre Labruna e a avenida há cinco barreiras em um intervalo inferior a dois metros. Elas são colocadas nos dois sentidos e em todas há a necessidade de apresentação de identificação.

Sem credencial (no caso dos profissionais que trabalham na partida) ou apresentação de ingressos e carteira de sócio, o acesso até mesmo a porta do Monumental é negado.

– As pessoas que entram com o carnê (ingressos) com nome de outras são levadas para um setor em específico, assinam uma ata e não podem ingressar (ao estádio) no próximo jogo. Há um sistema que analisa o DNI (documento de identidade) e impede que entre na próxima partida ou até duas – explicou Nicolás Cortés, encarregado pela organização dos profissionais de segurança privada, à Trivela.

Barreira de conferência de identidade no Monumental (Alecsander Heinrick/Trivela)

Governo barra torcedores mais violentos

Desde o início do ano há um forte esquema promovido pelo Ministério de Segurança da Argentina que impede que torcedores com histórico de envolvimento em brigas de ingressarem nos estádios.

A operação chamada “Tribuna Segura” foi explicada pela Ministra Patricia Bullrich em contato exclusivo com a reportagem da Trivela em Buenos Aires.

Temos um sistema em que nenhum barra brava na Argentina entra no estádio. Temos diversos que não podem entrar nos estádios. E nessa operação controlamos se eles têm o direito de entrada. Se não puderem entrar ficam do lado de fora. Então, eles não podem entrar no estádio – disse Bullrich.

Torcedores detidos durante a conferênia de ingresso e ID (Alecsander Heinrick/Trivela)

A empresa que presta serviço nos jogos do River Plate é a mesma que é terceirizada pela Conmebol.

Nicolas afirmou que a operação para a final da Libertadores no estádio Monumental deve ter mais de mil funcionários privados e a mesma quantidade também em contingente policial.

O número é amplamente superior ao de jogos de temporada, que costumam ter cerca de 600 profissionais de segurança privada. Em partidas de maior apelo, como foi a semifinal entre River Plate e Atlético-MG, a operação funciona com 800 profissionais – além dos agentes de segurança que geralmente são em quantidade semelhante.

Estrutura para imprensa não foi a ideal

Enquanto o esquema de segurança no Monumental foi excelente, a estrutura para a imprensa, principalmente a brasileira, deixou a desejar.

A Trivela, que esteve presente no estádio para o jogo, ficou apenas com uma cadeira em um pequeno espaço, que mal cabiam as pernas, e não tinha tomadas ou mesas para trabalhar.

O espaço para a maioria da imprensa brasileira no Monumental (Alecsander Heinrick/Trivela)

Além do veículo, praticamente todos os brasileiros ficaram na mesma situação. Apenas os que se credenciaram como rádio tiveram um espaço em algumas mesas, já que precisam montar equipamentos.

No entanto, o River parece não ter percebido que, assim como as rádios, a imprensa escrita também precisa de um local com mesa para trabalhar.

Para a final, onde devem se juntar vários veículos do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, da Argentina e mais alguns de outros lugares do mundo, já que é uma decisão continental, seria ideal a Conmebol (que dessa vez é a responsável por isso) separar espaços com mesas e tomadas para quem realmente precisa.

Confusão na zona mista

O Monumental ainda está com alguns pontos de reforma, então é natural que a imprensa, que transita internamente, veja vários locais ainda inacabadas. O que não é normal é a forma que o River Plate armou a zona mista do Atlético.

Em um espaço minúsculo, o River queria colocar toda a imprensa, inclusive a argentina que queria falar com os jogadores atleticanos. Para piorar, afirmaram que não podia ficar ao lado de onde separaram, mesmo que fosse a única opção possível, já que o lugar reservado estava completamente lotado.

E esse lugar ainda era atrás de um ônibus, que ligado, atrapalhava o áudio e ainda deixava o lugar como uma sauna.

Situação da zona mista do Atlético no Monumental (Alecsander Heinrick/Trivela)

No fim, depois de muita reclamação e conversa, principalmente da imprensa brasileira, a estrutura da zona mista foi modificada e ficou menos pior para todos, que conseguiram fazer seu trabalho.

Para a final, a Conmebol prometeu uma estrutura bem mais organizada para a zona mista, que certamente será ainda mais disputada, independente que seja a do time campeão ou do vice.

Festa do River impressionou até os argentinos

Unindo os dois pontos, o Monumental mostrou ter uma segurança e uma estrutura ótima para grandes festas, como é o previsto para a final da Libertadores.

A recepção da torcida do River Plate, para muitos a maior e melhor já vista, inclusive para vários argentinos com quem a Trivela conversou, impressionou o muno todo e, mesmo com tanta pirotecnia, não houve nenhum relato de incidente.

A Trivela apurou que, por mais que a Conmebol proíba esse tipo de espetáculo nas arquibancadas e os clubes postem em suas redes sociais para os torcedores colaborarem, no fundo, todos, clube e entidade, já estão por dentro do que vai acontecer, até para, justamente, evitar qualquer incidente.



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