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MPRJ denuncia dupla por maus-tratos a aves silvestres

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MPRJ age contra crime ambiental e dupla é flagrada com 160 aves silvestres em condições insalubres na Região Metropolitana do Rio

Dois homens flagrados com 163 aves silvestres em condições degradantes foram formalmente denunciados nesta quarta-feira (28) por crimes ambientais e receptação qualificada.

A ação foi conduzida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente ( GAEMA) e da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Itaboraí.

A apreensão ocorreu em 7 de maio, na altura do km 283 da Rodovia BR-101, no município de Itaboraí, e revelou indícios de participação dos acusados em um esquema estruturado de tráfico de animais da Mata Atlântica.

As espécies resgatadas — caboclinho ( Sporophila bouvreuil) e canário-tibiu ( Sicalis luteola) — estavam amontoadas em sacos de nylon, do tipo usado para ensacar batatas, sem acesso a água ou alimento. A superlotação e o transporte precário resultaram em ferimentos em várias aves e na morte de pelo menos uma delas. Os animais haviam sido retirados de áreas de conservação ambiental.

Além dos pássaros, os agentes apreenderam redes de captura, cordas, caixas de papelão e um facão, instrumentos normalmente utilizados por caçadores especializados na extração ilegal de fauna silvestre.

A denúncia enfatiza que o caso não se trata de uma ocorrência isolada. Segundo as investigações, um dos homens já possui um histórico criminal ligado a crimes contra o meio ambiente e, inclusive, responde por envolvimento em esquemas de tráfico internacional de fauna.

Com base nesse histórico e na gravidade da conduta, foi solicitada a manutenção de sua prisão preventiva, sob o argumento de que a liberdade colocaria em risco a ordem pública e enfraqueceria o cumprimento das normas de proteção ambiental.

Quanto ao segundo envolvido, mais jovem e sem antecedentes, o Ministério Público propôs a substituição da prisão por medidas cautelares, como o comparecimento regular à Justiça e a proibição de frequentar áreas de preservação.

O caso evidencia a atuação de redes organizadas de tráfico de animais silvestres no país, que exploram biomas ameaçados, como a Amazônia e o Cerrado, e ignoram completamente o bem-estar animal. Esses criminosos submetem aves, répteis e mamíferos a condições cruéis de transporte e cativeiro, muitas vezes resultando em mortes prematuras.

O comércio ilegal, movido pela demanda por espécies raras em mercados nacionais e internacionais, causa danos severos à biodiversidade brasileira, desequilibrando ecossistemas e colocando em risco espécies já vulneráveis.

Autoridades alertam que o problema exige fiscalização rigorosa e cooperação entre órgãos ambientais, polícia e sociedade para ser combatido de forma efetiva.

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