Chefe de departamento do Santos afirma que gostar de futebol feminino é ser LGBTQI+
Uma publicação do chefe da Secretaria social do Santos, Daniel Gonzalez, ganhou as redes sociais nesta terça-feira (20). Na postagem, original do último dia 28 de julho, o funcionário do clube indicou que quem gosta de futebol feminino é, necessariamente, parte da comunidade LGBTQI+.
O posicionamento do funcionário do Santos foi feito em participação a uma “thread” no X (antigo Twitter), em que outro usuário da ferramenta pergunta: “Como saber se seu amigo é (bandeira do arco-íris referente à comunidade LGBTQI+).
Em sua resposta, o chefe da secretaria social do Peixe incluiu “gostar de futebol feminino” ao lado de outros X tópicos como forma de identificar um amigo LGBTQI+.
Prontamente, alguns torcedores do clube acusaram Daniel Gonzalez de LGBTfobia e de desrespeitar um dos principais produtos do clube, uma vez que o Santos investe há muitos anos em diferentes categorias de base do futebol feminino.
o cara que trabalha no time que mais exaltou o futebol feminino, teve a RAINHA no seu auge, solta esse comentário e continua trabalhando lá dentro. O que vocês fazem com o Santos é de ter pena. https://t.co/EAvnLDuqVh
— Guipa |-/ (@Kounenzera) August 20, 2024
As diferenças das bandeiras LGBTQI+ e LGBTQIA+
A bandeira usada na publicação que contou com a participação de Daniel Gonzalez faz referência à sigla LGBTQI+, que representa as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queers, intersexuais, +, que engloba todas as outras letras da abreviatura LGBTT2QQIAAP.
Essa bandeira é composta por seis faixas horizontais, sendo cada uma de uma cor, que formam um arco-íris.
Cada uma das cores usadas na bandeira tem um significado.
- Vermelho: vida
- Laranja: saúde
- Amarelo: sol
- Verde: natureza
- Azul: arte
- Roxo: espírito
A bandeira que faz referência à sigla LGBTQIA+ também tem o arco-íris, mas inclui a luta antirracista, a luta contra a AIDS e a bandeira do Movimentos Trans e de Pessoas Intersexo.
Trivela pede posicionamento ao Santos
Antes da publicação da matéria, a Trivela pediu um posicionamento ao Santos, por meio de sua assessoria de imprensa, uma vez que se trata de um funcionário do clube, e permanece à espera de respostas.
Assim que o Santos se posicionar, a nota será devidamente atualizada.
Daniel Gonzalez tenta se justificar
Diante da polêmica nas redes sociais e cobranças, Daniel Gonzalez voltou ao X nesta tarde para tentar se justificar.
— Vamos falar a verdade: eu sou perseguido por essa turma q pede a minha demissão do Santos F.C desde o meu dia 1 no clube pq ousei pensar diferente deles em temas “estratégicos”: aborto, direitos humanos p/ bandidos, drogas, família, ideologia de gênero e religião. Na cabeça deles é inadmissível um funcionário – cristão e mulato – ter a sua própria forma de pensar. Onde já se viu não seguir o rebanho e ter valores próprios, não é mesmo? Por isso, esse grupo pequeno, mas muito barulhento vem todos os dias na minha página falar da minha aparência, stalkear pessoas da minha família e ameaçar a minha pessoa de morte. Tenho convicções muito sólidas e nunca jamais em nenhuma hipótese cederei p/ a patrulha do cancelamento — escreveu.
Santos rebaixado no Brasileiro feminino
Um dos clubes pioneiros no futebol feminino, o Santos já investiu alto na modalidade e teve em seu elenco a Marta e Cristiane, no auge de suas carreiras. As duas, aliás, foram importantes para que o Peixe conquistasse duas Copa Libertadores feminina, por exemplo.
No último domingo (18), porém, as Sereias da Vila amargaram um triste capítulo em sua história. A equipe apenas empatou com o Botafogo, por 1 a 1, na Vila Viva Sorte, e foi rebaixada à Série A2 do Campeonato Brasileiro.
