Notícias do Esporte

Por que a chegada de Thomas Tuchel divide opiniões na Inglaterra?

Agora é oficial. A Federação Inglesa (FA) confirmou a contratação de Thomas Tuchel como o novo técnico da seleção inglesa masculina, após a saída de Gareth Southgate e o período interino de Lee Carsley.

Tuchel assinou um contrato de 18 meses, que vai até o final da Copa do Mundo de 2026, tornando-se o primeiro alemão a comandar os Three Lions em sua história.

Antes da sua chegada, a Inglaterra já havia sido comandada por dois estrangeiros: o sueco Sven-Göran Eriksson (2001-2006) e o italiano Fabio Capello (2008-2012).

Em sua primeira declaração oficial, o treinador expressou orgulho por assumir a equipe e destacou sua forte conexão com o futebol inglês.

“Estou muito orgulhoso por ter recebido a honra de liderar a equipe da Inglaterra. Há muito tempo sinto uma conexão pessoal com o esporte neste país, e ele já me proporcionou momentos incríveis.”

As reações da mídia inglesa após a chegada de Thomas Tuchel

Tuchel assina contrato com a Inglaterra até o final da Copa do Mundo de 2026. Foto: Icon Sport

A chegada de Thomas Tuchel à seleção inglesa gerou reações diversas na imprensa britânica. Alguns veículos destacaram o talento e a experiência do técnico alemão, enquanto outros questionaram a escolha da FA.

O The Sun descreveu Tuchel como um ‘quase inglês’.

Thomas Tuchel tem todas as qualidades de um treinador inglês por excelência. Habilidade tática, motivação, energia, experiência – e uma vida amorosa complicada. O futebol inglês deve ter o treinador mais explosivo, dinâmico, carismático e impossivelmente alto e esbelto que existe já fez sucesso na Premier League.”.

Já o The Independent elogiou a combinação de “pragmatismo e modernidade” que o treinador pode trazer à seleção.

“O alemão é capaz de combinar táticas modernas sofisticadas com pragmatismo competitivo e conhece muitos dos jogadores de sua época no Chelsea. Ele também tem uma estreita amizade com o capitão Harry Kane, da época em que estiveram juntos no Bayern de Munique.”.

Por outro lado, jornais como o Daily Mail criticaram a escolha, alegando que a seleção inglesa deveria ser comandada por alguém do país.

“A Inglaterra deve ser inglesa até o último homem com a camisa. Não precisamos de Thomas Tuchel, mas de um patriota para quem o país vem em primeiro, segundo e terceiro. (…) O treinador deve ser alguém que nascido e criado na cultura futebolística deste país, alguém que conhece o melhor e o pior do nosso país.”

O Mirror levantou a rivalidade entre Alemanha e Inglaterra.

“A seleção nacional será liderada por um técnico dos maiores rivais da Inglaterra, já que um alemão assume o comando pela primeira vez.”

Por que Tuchel divide opiniões na Inglaterra?

Alemanha e Inglaterra durante a semifinal da Copa do Mundo de 1990, no Stadio delle Alpi, em Turim, Itália. Foto: Icon Sport
Alemanha e Inglaterra durante a semifinal da Copa do Mundo de 1990, no Stadio delle Alpi, em Turim, Itália. Foto: Icon Sport

Há uma rivalidade futebolística de longa data entre Inglaterra e Alemanha, que antes do futebol se encontra nos livros de história, especialmente devido aos conflitos entre os dois países durante as Guerras.

Dentro das quatro linhas, essa rivalidade é reforçada por jogos marcantes — a maioria deles, com um final desfavorável para os ingleses.

Apesar de vencer a Copa de 1966 em casa, a Inglaterra sofreu eliminações dolorosas para a Alemanha: quartas da Copa de 1970, semifinais da Copa de 1990 e da Euro 1996, e oitavas da Copa de 2010.

Além disso, a chegada de treinadores estrangeiros, como é o caso de Tuchel, pode contrastar com o desejo de uma abordagem mais “inglesa” desejada por alguns torcedores que valorizam a identidade nacional na equipe.

O jejum dos técnicos ingleses nas grandes ligas

Desde a criação da Premier League, na temporada 1992/93, nenhum técnico inglês conseguiu vencer o principal campeonato de clubes do país.

O último a alcançar esse feito foi Howard Wilkinson, pelo Leeds United, na temporada 1991/92, durante a última edição da Football League First Division, que antecedeu o atual formato da liga.

Nesse período de 32 anos, nenhum treinador inglês também conquistou títulos em outras das cinco principais ligas europeias, que além da própria Premier League, inclui La Liga, Serie A, Bundesliga e Ligue 1.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo