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relembre polêmicas da 1ª final com VAR

No dia 17 de outubro, há seis anos, o Cruzeiro se sagrava hexacampeão da Copa do Brasil. O time celeste chegou ao feito inédito vencendo o Corinthians, por 2 a 1, no jogo de volta da decisão de 2018, disputado na Neo Química Arena. Na ida, no Mineirão, outra vitória da Raposa, que bateu os paulistas por 1 a 0.

O meia Thiago Neves marcou o gol celeste no primeiro jogo. No confronto decisivo, Robinho abriu o placar para o Cruzeiro, Jadson, de pênalti, empatou, e Arrascaeta deu números finais ao confronto com um lindo gol de cobertura marcado sobre Cássio.

Mas para além do futebol jogado naquela final, muito se fala, até os dias atuais, das polêmicas de arbitragem que rondaram a segunda partida da decisão.

É importante ressaltar que a Copa do Brasil de 2018 foi a primeira com a utilização do Árbitro de Vídeo (VAR), que foi comandado por Wilton Pereira Sampaio. Sendo assim, o uso da tecnologia em uma final foi algo inédito.

Só que as polêmicas surgidas naquele jogo foram ainda mais potencializadas pela presença do VAR, que acabou sendo utilizado em lances chaves do confronto.

Cruzeiro reclama de pênalti controverso

Do lado celeste, muito se questionou a respeito do pênalti marcado pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães a favor do Corinthians.

O Cruzeiro vencia o jogo por 1 a 0 — com gol marcado por Robinho —, quando, aos cinco minutos do segundo tempo, Thiago Neves dominou a bola em sua área defensiva e foi surpreendido por Ralf.

Após tomar a frente, o volante caiu na área, reclamando de ter sido atingido por Thiago.

O juiz mandou seguir, mas logo depois foi avisado de um possível pênalti pelo Árbitro de Vídeo. Após consulta ao monitor, Wagner do Nascimento apontou penalidade máxima, deixando os cruzeirenses incrédulos.

Jadson foi para a bola e marcou, deslocando Fábio, e recolocando o Corinthians no jogo.

Jogadores do Cruzeiro reclamam de marcação de pênalti de Thiago Neves sobre Ralf – Foto: Imago

O que dizem ex-árbitros e envolvidos?

Na ocasião, Leonardo Gaciba, então comentarista da TV Globo, entendeu que a arbitragem errou no lance.

— É uma jogada interpretativa. Pelas imagens que nós temos à disposição, eu não tomaria a mesma decisão que o árbitro tomou. Eu não marcaria a penalidade — afirmou.

Carlos Eugênio Simon, ex-árbitro e então comentarista dos canais Fox Sports também discordou da marcação do pênalti.

— Não foi pênalti. O árbitro errou feio. Não ouve infração do Thiago Neves no Ralf. O jogador do Corinthians, que é experiente, procurou o contato, se jogou em cima do cruzeirense e caiu de maduro. A princípio o árbitro não tinha marcado nada, mas utilizou o VAR para assinalar a penalidade. O erro foi grave e de toda equipe de arbitragem. Foi um absurdo — apontou.

Já Thiago Neves confirmou que houve o toque, mas, segundo ele, não houve força suficiente para um pênalti ser marcado.

— Muita gente diz que pegou (no Ralf). Pegou mesmo, mas não foi pênalti. São toques que acontecem, do jogo, e não teve força. Quando vi que o árbitro ia consultar o vídeo, já percebi que ele daria o pênalti, pois houve o toque, mas não foi para derrubar — afirmou o jogador.

Corinthians se revolta com anulação de gol

Se os cruzeirenses já enxergavam razões para reclamar da primeira final de Copa do Brasil com uso do VAR, os corintianos não ficaram atrás e logo se revoltaram com a arbitragem da decisão.

Eram decorridos 23 minutos da segunda etapa, quando o meia Pedrinho recebeu uma bola da intermediária e bateu colocado, de muito longe, no ângulo de Fábio. Um golaço, que parecia irretocável.

O gol colocava o Corinthians à frente no placar e empatava a decisão, que dessa forma, iria para a prorrogação.

Mas o que nem o mais pessimista corintiano imaginaria é que o VAR novamente entraria em ação, dessa vez contra o Timão.

Cerca de dois segundos antes de Pedrinho finalizar, Dedé caiu na entrada da área com as mãos no peito, reclamando de uma falta fora do lance.

Nisso, o VAR entrou em ação e chamou Wagner do Nascimento Magalhães. O árbitro foi até o monitor e viu contato da mão de Jadson com o peito do zagueiro após este cortar parcialmente a bola e, por isso, marcou falta no lance, anulando a jogada.

Meia Jadson marcou o gol do Corinthians e cometeu a falta que anulou a pintura de Pedrinho
Meia Jadson marcou o gol do Corinthians e cometeu a falta que anulou a pintura de Pedrinho – Foto: Icon

O que dizem ex-árbitros e envolvidos?

Desta vez, Leonardo Gaciba concordou com o VAR:

— Uma das funções é analisar a origem do lance, e Jadson leva a mão ao peito de Dedé. Nesse caso, ele acertou — afirmou o comentarista.

José Roberto Wright, ex-árbitro, condenou as decisões de Wagner do Nascimento nos dois lances.

Não houve o pênalti e nem a falta. Jadson fez um movimento que apenas tocou no peito do Dedé, porém, ao mesmo tempo, ele recua o braço para não encostar no jogador do Cruzeiro. A arbitragem no Wagner não foi boa — apontou.

Apesar da opinião de Gaciba, os corintianos jamais esqueceram o lance, sentindo que foram prejudicados. As reclamações seguem até os dias atuais. Na época, Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians, condenou a atuação da equipe de arbitragem.

— O Corinthians votou contra a situação que colocaram a gente no VAR. Nos dois lances têm muita gente falando que foi e que não foi. Não é para ter interpretação e o juiz foi pelas duas jogadas na interpretação. Eu já fui prejudicado e já fui beneficiado. A mão do Jadson foi no ombro — afirmou o mandatário.

Já Dedé concordou com a marcação da falta de Jadson, mas discordou da penalidade.

O Jadson me deu uma porrada e pediu desculpa até. Ele não é maldoso, mas o juiz fez bem de ter anulado. Você fala de lance polêmico… polêmico foi o pênalti que ele marcou. Não quero crucificar o árbitro, já que ele foi bem durante a maior parte do jogo, mas esse pênalti… — opinou o zagueiro.

Arrascaeta fechou o placar e coroou o Cruzeiro como campeão

O balde de água fria dado pelo VAR foi sentido pela Neo Química Arena, que viu o Corinthians perder o ímpeto pela virada.

E para fechar o resultado, aos 36 minutos, Giorgian de Arrascaeta aproveitou lindo passe de Raniel e finalizou contra-ataque fulminante com categoria para cravar o sexto título da Copa do Brasil na história do Cruzeiro.



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