Foi com Maurício e Felipe Ânderson, e sem Raphael Veiga, que o Palmeiras enfileirou uma sequência de onze jogos sem derrotas e passou a disputar a ponta do Campeonato Brasileiro com o Botafogo. Hoje, o time está três pontos atrás do Glorioso, que venceu o Bragantino na noite de sábado (26).
Mas, faltando sete jogos para o término da competição, os indícios apontam para uma mudança na fórmula que vinha se mostrando bem-sucedida.
Tal movimento poderá acontecer por conta do crescimento de Raphael Veiga. Mas também pela identificação, por parte de Abel, da falta de audácia de Felipe.
Com a surpreendente volta de Maurício de uma lesão complicada de joelho, que poderia tê-lo tirado do restante do campeonato, Abel tem três meias para duas funções.
E assim, no dérbi contra o Corinthians da próxima rodada (em 4 de novembro), pode ser que o jogador mais decisivo da era Abel Ferreira reconquiste um lugar na equipe. Justamente o que vinha sendo do reforço mais badalado da temporada.
Felipe chegou ao Palmeiras sob muita expectativa
Abel Ferreira confessou que mal chegou a acreditar quando o diretor Anderson Barros lhe disse ter contratado o meia-atacante Felipe Ânderson, ainda em abril deste ano, para jogar no Palmeiras.
O jogador, trazido da Lazio, em uma disputa que também incluiu a Juventus, chegou como grande reforço do Palmeiras para a temporada. Mas, passados três meses e uma semana de sua estreia, Felipe ainda não engrenou.
O dono da camisa 9 alternou bons e maus momentos ao longo dos cerca de 70 dias desde sua primeira entrada em campo. Raramente jogou mal, errando muito pouco. Mas, ao mesmo tempo, vinha recebendo críticas das arquibancadas e das redes sociais por praticar um futebol burocrático.
Na entrevista coletiva após o empate com o Fortaleza (2 a 2) no sábado (26), o treinador fez eco com as reclamações da torcida e falou abertamente sobre como o futebol de poucos riscos jogado pelo meia o tem desagradado.
— O Felipe deveria ter chegado ao final do jogo. Já disse isso. Ele não pode só jogar bem. Ele tem que arriscar o cruzamento. Ele tem que arriscar o arremate, mesmo que falhe. Eu estou farto de dizer isso! O jogador tem que ir para cima e perder a primeira como faz o Estevão — bradou o técnico.
Carrasco do Corinthians, Raphael Veiga vem crescendo
Ao contrário de Felipe, Raphael Veiga vem mostrando muita força e retomando a qualidade do seu jogo no momento mais agudo do Campeonato Brasileiro.
Autor de cinco gols nos últimos quatro jogos, o meia chegou a 100 com a camisa do Palmeiras diante da equipe cearense. O pênalti convertido foi também o centésimo gol do time na temporada.
Embora Abel não se norteie por números do passado, o fato é que Raphael Veiga é o jogador com mais gols em momentos decisivos sob seu comando.
Contra o Corinthians, o camisa 23 é o jogador do elenco que mais vezes balançou a rede. Dos 100 que fez pelo Palmeiras, seis foram anotados contra o maior rival do Alviverde — mesmo número de Paulo Nunes e Luiz Adriano, três a menos que o lendário Evair.