A fraca vitória por 1 a 0 da Inglaterra sobre Andorra, 174º lugar no ranking da Fifa, atrás de selecionados como Papua-Nova Guiné e Bermuda, rendeu muitas críticas neste sábado (7). Nem a imprensa, nem o próprio técnico da seleção inglesa, Thomas Tuchel, perdoaram a atuação sofrível do time.
Por 90 minutos, os Três Leões sofreram para infiltrar a retranca montada no 5-4-1 (por vezes, 6-4-0) montada pela modesta seleção que é a lanterna do grupo K das Eliminatórias da Europa para Copa do Mundo de 2026 e tem jogadores semi-amadores no elenco.
A vitória só veio graças a Harry Kane, com um gol solitário aos cinco do segundo tempo, e o jornal inglês “The Times” a definiu como “insignificante” e que será considerada “a pior da história da Inglaterra“.
— Por onde começar? Com a torcida inglesa vaiando o time no intervalo e depois no final do jogo? Com o resultado, que certamente será lembrado como a pior vitória da história da Inglaterra? Com talentos brilhantes como Jude Bellingham e Cole Palmer jogando como jogadores desinteressados? Com o estádio meio vazio? Com adversários que estão uma posição acima do Nepal, e que jogam em times semiprofissionais, mas que, em certos momentos, pareciam estar à altura da Inglaterra? — iniciou o jornalista Jonathan Northcroft.
“Foi difícil discordar das vaias”
Vitória magra da Inglaterra contra a modestíssima Andorra faz de técnico alemão um alvo fácil para a corneta da torcida inglesahttps://t.co/0Np7MKJvKi
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Mesmo que tenha enfrentado uma enorme retranca e a Andorra praticamente não atacou, nada justifica a dificuldade da Inglaterra em converter suas chances. Terminou com 20 finalizações, sendo metade no gol.
— Uma semana depois de o Paris Saint-Germain nos mostrar que o futebol pode ser uma forma de arte, a Inglaterra lembrou a todos que, em outros momentos, pode ser uma tarefa árdua e, ao final de uma longa temporada, isso era como ter que ficar de castigo. […] A Inglaterra estava tão rígida, tão medrosa, tão lenta às vezes, e até o gol de Kane estava desorganizada — completou a publicação do “The Times”.
Tuchel também ficou incomodado com a vitória da Inglaterra
Na entrevista após a partida, o técnico alemão, em sua terceira partida à beira do campo pela seleção inglesa, mostrou seu descontentamento. O principal ponto destacado por Tuchel foi a apatia do time, especialmente no fim da partida, e por isso sua equipe “brincou com foco”.
— Não gostei da atitude com que terminamos o jogo, não o jogo todo, é uma grande diferença. Gostei da atitude nos primeiros 25 minutos, mas não gostei da última meia hora. Faltou-nos a seriedade e a urgência necessárias numa eliminatória da Copa do Mundo. Brincamos com fogo e não gostei da atitude no final. Não gostei da linguagem corporal e acho que não era o que a ocasião precisava — analisou.
— Senti quase como em um jogo de copa, onde o favorito não sente o perigo. Não senti um time que sabia que estava apenas 1 a 0 vencendo em uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo. Não os culpo, só sinto que estavam estagnados e, aos poucos, a energia diminuiu. Precisávamos do oposto, mas não conseguimos — completou.
Ele também reclamou da falta de efetividade da Inglaterra, que teve mais de três gols esperados (seguindo a estatística chamada xG, responsável por analisar a probabilidade de cada finalização se tornar gol).
— Normalmente, se você cria três, marca cinco, pela qualidade individual e finalização. Mas faltou qualidade no final dos dois tempos. É honesto admitir e falar sobre isso. Esperamos mais, podemos entregar mais e tentaremos levar isso como um aprendizado — finalizou.
Líderes e com 100% de aproveitamento após três rodadas, os Três Leões agora “folgam” pelas Eliminatórias e realizam amistoso com o Senegal na próxima terça-feira (10).